30 de jul. de 2013

FANFIC: O Anel de Noivado — Capítulo 03 ∞ Desavenças


Senti o meu estômago revirar tão logo senti os meus cabelos revoltosos tomarem meu rosto por completo, mas a razão não era propriamente essa. A vez que o seu carro pedia uma marcha diferente, eu via James fazer o solicitado com extrema agressividade, o que me deixava um tanto desesperada. Eu ainda não havia entendido muito bem o porquê de ele ter dispensado seu motorista em pleno sábado, mas de qualquer forma, eu sabia de longe que aquela não fora uma boa ideia, afinal ele parecia ansioso demais para pisar o seu estado novamente.

Durante aquela viagem até às origens de minha família, James contou-me certas coisas que me deixaram com medo de nossa proximidade, devido a semelhança de suas histórias. Uma delas, foi o fato de sua mãe ter nascido em uma cidadela dentro do Condado de Sussex, assim como Vernon Valley o era, e tão logo mudou-se para Nova York quando foi à Universidade e por lá conheceu aquele que seria, mais tarde, o pai de seu filho. Então, no final das contas, James nascera em Nova Jérsei porque fora uma exigência de sua avó.

Mas James falando a história de sua família e o porquê de seu nascimento naquele estado não melhorava em nada o meu enjoo; só piorava a cada freada dada por aquele sujeito. Além disso, saber que nós tínhamos muito mais em comum do que um simples emprego me fazia sentir cada vez mais trêmula. Era naqueles momentos que eu deveria contar com uma amiga para me dar conselhos sobre o homem, mas eu sabia que as únicas pessoas com quem eu deveria contar um pouco – minha prima e minha irmã – estavam fazendo de tudo para que James e eu nos uníssemos, o que deixava a minha mente cada vez mais confusa e cheia de tanto tentar avalia-las. Elas, de fato, queriam unir-me a James e deixar o caminho livre para Isabella e Edward ou deixar o meu primo com o ciúme a flor da pele e fazê-lo esquecer sua futura noiva apenas para ficar comigo? Irina e Alice estavam prontas para me deixar o mais confusa possível.

O fato de ele tocar a minha coxa com a mesma mão que deveria estar segurando o volante ou a marcha e me acordar de meus devaneios me fez querer saltar daquele carro. A bile pareceu invadir a minha boca quando eu vi que estávamos a mais de cento e cinquenta quilômetros por hora.

— Desacelera a porra desse carro, James, pelo amor do santo Deus, se você acredita que ele existe! — eu protestei, quase gritando, abrindo as janelas ao meu lado, percebendo que enquanto o vento vinha da janela dele, eu estava ligeiramente melhor. — Eu estou realmente enjoada e eu tenho certeza de que você não quererá o seu belo carrinho totalmente sujo por conta de uma direção perigosa, ou quererá?

Ele desviou rapidamente o seu olhar para mim e viu que eu não estava brincando em relação a suas aventuras perigosas em meio a uma autoestrada, optando, logo em seguida, a voltar a observar a estrada em nossa frente e em diminuir a velocidade de seu carro até chegar a uma velocidade que não me deixasse irritada e enjoada o suficiente.

— Fiquei surpreso com você agora, Tanya — ele disse, voltando a observar-me. — Eu jamais imaginei que você tivesse medo de alta velocidade. Isso não parece ser o seu feitio. Ao que parece, você é extremamente corajosa, não?

Rejeitei o seu comentário e fitei a estrada a nossa frente, ficando um pouco mais feliz quando vi uma placa conhecida indicar que a poucos metros estaríamos entrando na cidade que deu origem a minha família. Fiquei extremamente feliz por isso, mas estava cheia de certeza de que não voltaria a Nova York com James ao meu lado; possivelmente, eu pediria carona a meus pais apenas para não ter que ver a cara cheia de deboche que ele fazia quando pegava o volante. Eu deveria imaginar que essa era uma reação típica dele, filhinho de papai que ele era.

— Ok — James disse, quando aproximava-nos do pequeno centro da cidade —, eu peço-lhe desculpas novamente, Tanya. Eu não conseguiria imaginar que você, sendo quem é, tivesse medo de uma direção perigosa.

— Ao menos, há um ponto positivo nisso — eu falei, tentando soar o máximo debochada possível —: chegamos em menos de uma hora em Vernon Valley, o que me deixa para lá de satisfeita, se é isso o que você quer saber.

Naquele momento, eu quis completar a minha frase falando ainda mais ironicamente que o ponto negativo de toda a história era que eu estava com ele, além de ele ter, possivelmente, pegar algumas multas, se bem eu duvidasse que ele ligasse sobre isso, já que o dinheiro e o suborno, na nossa área, jamais era um problema, ainda mais se se tratasse de uma pessoa não tão correta quanto James. Eu, certinha em excesso, jamais precisara recorrer a tanta ilegalidade para manter-me, mas conhecia pessoas que precisavam disso em suas vidas para continuar fora das cadeias; James era uma delas e eu detestava ter que saber disso.

As demais pessoas não sabiam sobre ele o mesmo tanto que eu sabia. Nem sequer desconfiavam que por trás daquele rosto belo, havia uma mente insana e sádica o suficiente para tomar decisões sem sequer desconfiar o que se passava na mente de sua parceira, que, no momento, era eu. Isso deixou-me nervosa repentinamente e aquele nervoso me deixou com a boca seca em excesso. Eu nem quis pensar nisso.

— Para onde vamos agora? — ele perguntou-me, finalmente.

— Não é você o sabichão? Cadê o seu GPS, meu amor? — falei ironicamente, cruzando os abraços a frente de meu corpo como se fosse a coisa mais simples do mundo.

— A dona da cidade é você, então é o mínimo que você deveria saber.

— Eu posso chegar lá facilmente, inclusive caminhando.

— Vá, então.

Eu não me poupei. Soltei-me de meu cinto e abri a porta rapidamente, quando fui barrada pelos braços fortes de James, que fecharam o veículo novamente. Nisso, eu percebi que sua intenção era, inteiramente, a de me irritar, quando eu estava buscando levar tudo ao mais extremo possível.

— Não acredito que, de fato, você será extremista, Tanya.

— Se você não facilita nada, James, sim, eu serei — falei, quase sibilando, se isso fosse totalmente possível.

— Eu não facilito nada? — perguntou-me, com um tom de estranheza, mas logo percebi que era teatro de sua parte. — Você não facilita nada, Tanya! Primeiro quer ser exigente, depois acha que é a dona da casa e agora acha que é a dona do meu carro! Vê se eu posso com uma coisa dessas! Deve ser por isso que até hoje não tem ninguém! Porque é uma desgraçada mandona. Os homens devem fugir de você por ser quem é, primeiramente, e a posteriori, por acharem o quão mandona você é!

Daquela vez, eu fui obrigada a me desvencilhar de seu braço e abrir a porta, sem me importar se as minhas coisas estavam ou não em seu porta-malas. Dei de ombros e comecei a caminhar, dando graças a Deus por estar com tênis extremamente confortáveis enquanto andava por aquela estradinha de asfalto quente que guiava a qualquer uma das diversas fazendas existentes naquela região. Para a minha sorte, a fazenda de minha família não era a mais afastada dali, então comecei a caminhar o mais rápido que eu podia, para me ver o mais longe possível de James, pois eu tinha certeza de que ele me seguiria, já que ele não perderia a oportunidade de atrapalhar o restante do meu já tão belo dia. Por isso, eu xinguei mentalmente a minha prima por sugerir uma coisa tão obscena da minha parte e eu, simplesmente, não ter me afastado de sua opinião. Essa era uma coisa ridícula.

Mas não consegui me manter longe de James por tempo o suficiente, por mais que tentasse e quisesse. Ao longe, eu ouvi seu BMW subir a estrada asfaltada, parando o carro quase a minha frente, na tentativa de barrar-me e evitar que eu continuasse a andar em direção a fazenda de minha família. Então, como se não simplesmente bastasse dar-me mais algumas sessões de frustrações gratuitas, ele saiu de seu carro e fechou a sua porta com extrema rapidez. Eu, simplesmente, ignorei suas ações, desvencilhei-me de seu carro e tornei a caminhar, por plena rebeldia adolescente, mesmo que já estivesse com mais de trinta anos. Eu só sabia que queria me ver longe de James o quanto antes.

— Tanya… — ele chamou.

Ignorei-o e continuei a andar com mais rapidez que anteriormente, sentindo, dessa vez, o suor rolar por minha face, mas não quis dar-lhe o bel-prazer de me ver naquele estado.

Não demorou muito, ele me alcançou, atingindo o meu braço com extrema fúria e me deixando com raiva de sua pessoa. Gostaria, apenas, que ele me deixasse em paz com meus pensamentos e me deixasse relaxar, mas eu não conseguiria, ainda mais no que se tratava de uma pessoa tão insistente quanto James, que me tomara de uma forma tão agressiva quanto aquela.

— Tanya… — ele disse, entredentes.

— Me deixe em paz — eu tentei protestar, igualmente entre dentes.

— Volte para o carro — ele falou, ignorando-me por completo.

Eu tentei puxar o meu braço, por causa do seu aperto, mas em resposta ele apertou ainda aquela região, deixando-a prontamente dolorida. Isso me deixou com os sentimentos feridos por deixar um homem tomar o domínio sobre mim, quando fora ensinada por meu pai que isso jamais deveria acontecer, ao que minha mãe estendera que tal situação não deveria acontecer nem dentro nem fora dos tribunais; acho que naquele momento, a situação só se tornava cabível ao meu local de trabalho, já que eu não conseguia tomar muito bem o controle de minha vida pessoal.

— Você está me machucando, James — eu falei, travando a minha mandíbula e, assim, eu gritei ao léu, sabendo que dificilmente alguém me ouviria no meio do nada: — E você não manda em mim.

— Só estou falando para você retornar ao carro, Tanya — ele falou, igualmente entredentes.

— Eu já lhe disse que você não manda em mim, James Gigandet — eu repeti e dessa vez, tentando algum auxílio do meu braço livre, tentei empurrá-lo para que o sangue pudesse circular em meu membro que era apertado, mas sem sucesso da minha parte, ele também tomou essa parte de meu corpo, apertando tão habilidosamente quanto fazia com meu outro braço, e isso me fez gritar: — SOLTE-ME!

— Tanya, por favor, não me faça me frustrar com você!

— SOLTE-ME! — eu gritei ainda mais alto, a plenos pulmões, sentindo a minha garganta arranhar e fazendo-me tossir em seguida.

— Qual é o problema em você tentar ouvir a minha opinião sobre o que é melhor a você? Esse lugar não é seguro para você, Tanya! Talvez, quando e se você chegasse a parte alta desse ambiente, você estivesse mais segura, mas aqui não parece ser um lugar seguro o suficiente para se confiar.

— O que? — eu tentei rir, mas o que saiu no lugar daquilo foi, simplesmente, a tosse novamente. — Nesse meio de mato, o que será que pode acontecer? Alguém surgir e tentar me estuprar? — eu falei ironicamente, relembrando, automaticamente, através da besteira falada, um fato que deveria ter sido esquecido no passado mais remoto de minha vida.

A partir daquele momento, caçoei de sua cara porque conseguir dar uma risada alta, mas a raiva tomou-o e, assim, ele acabou agarrando os cabelos de minha nuca, beijando-me arduamente logo em seguida. De nada adiantou eu tentar me afastar dele com brutalidade, pois sabia, de longe, que ele era mais forte que eu. Protestar fora dos Tribunais, no que era tocante a James, significava que eu era ridícula e que sairia perdendo em uma guerra em que o mais forte – e não o mais inteligente – sairia ganhando; e eu, por ser a menor parte, sairia dolorida por conta do seu modo quase selvagem de me segurar, como se ele fosse um domador e eu, o seu animal de dominação, que logo seria exposta a uma plateia, que, no caso, poderia ser encarada a minha família. Eu sabia o quão péssimo isso era, mas eu sabia que cada segundo de nossas vidas que se passava era capaz de nos deixar cada vez mais atados um ao outro; isso era péssimo.

Fiquei surpresa quando ele permitiu que nos afastássemos, mas ainda mais admirada quando ele pronunciou-se, os olhos preenchidos com lágrimas que em pouquíssimos instantes seriam capazes de rolar por sua face:

— Sinceramente, eu não entendo. Por que você faz isso comigo? Como você faz tudo isso comigo e acha que tudo sempre será maravilhas? Por que me deixa tão louco, tão puto da vida comigo mesmo, como se eu fosse o único errado da história? Você também tem a sua parcela de culpa em tudo isso, Tanya! — ele passou a mão direita em seu rosto, como se tentasse esconder a sua máscara frustrada de mim, mas não conseguindo, secou suas lágrimas, tentando se contentar. — Eu gostaria de compreender melhor sobre sentimentos, mas eu nunca tive uma experiência como essa antes. Estou frustrado comigo mesmo, porque a única coisa que estou fazendo ultimamente é pensar em você e isso não é de hoje. Todos os dias, desde o primeiro momento em que te vi, eu fiquei imaginando como seria ter você perto de mim, como seria tocar-te ou beijar-te, mas agora que eu sei como é essa sensação, eu não quero e não vou mais esquecer. Você, nem de perto, é como as outras que estiveram comigo.

Senti o meu estômago doer com aquela confissão e, ao mesmo tempo, tive a breve impressão de que meu coração saiu de seu lugar habitual e foi parar bem perto de minha boca. Não era como se ele estivesse mentindo, porque eu conhecia um mentiroso, ainda mais quando este era um homem. E de alguma forma, sabia que se eu era uma péssima mentirosa, James era, ao menos, três vezes pior que eu. Era até um pouco frustrante encontrar nexo naquela história, mas eu sabia que ali havia sentido suficiente; talvez James sentisse apenas alguma atração forte demais por mim, mas apenas não conseguira identificar isso; talvez o que ele sentia por mim fosse tão forte que se assemelhava ao que eu sentia por Edward e se assim fosse, eu estava, literalmente, perdida e precisaria de certo tempo para processar essa situação.

Ao que parecia, ao menos, James não parecia ser capaz de brincar com sentimentos. No que se tratava disso, ele parecia ser um tipo de sujeito que deixava tudo sempre as claras, o que não foi o que aconteceu naquele momento.

De alguma forma, eu precisava contornar aquela situação. E mesmo não querendo, eu fui, ao meu máximo, fria:

— Entre no carro. Precisamos estar na fazenda em breve.

Seus olhos piscaram com força quando eu disse tais palavras e, naquele momento, vi uma lágrima correr-lhe o rosto com tanta rapidez que nem mesmo ele foi capaz de escondê-la. Eu não entendia muito bem o porquê, mas por alguns instantes eu desconfiei que não conhecia James Gigandet o suficiente, ao menos não tão suficientemente quanto achei que conhecia. Não conseguia imaginar porquê, mas eu também, até então, desconhecia a sua veia sentimental, mas, de qualquer forma, agora que conhecia aquele lado de sua personalidade, eu não conseguiria me desvencilhar daquilo tão facilmente, com ou sem ajuda de Alice ou Irina, que me colocaram naquela situação. E algo dizia-me que se só se dependesse dele era que eu conseguiria escapar daquela situação.

Daquela forma, adentramos o carro novamente, e seguimos até a fazenda de minha família, onde sabia que boa parte dela já estava presente.

Aquilo deixou-me, de certa forma, ansiosa, mas de uma outra forma, nem tanto. Estava ansiosa para saber o que seria daquele jantar de noivado, que começaria em breve, e para saber, de fato, se Isabella Swan demonstraria quem era de fato. Eu poderia muito bem apostar com alguém que, naquela noite, a sua máscara de boa namorada estaria pronta para cair, se eu tivesse alguém para fazer tal duelo, afinal algo me dizia que ela não era exatamente isso que demonstrava aos Cullen.

De qualquer modo, eu não conseguiria me prender aquilo por muito tempo. Saber que James sentia algo por mim, mesmo que nós dois não soubéssemos exatamente o que era, me deixava um pouco exasperada e ansiosa ao mesmo tempo. Era muito provável que por causa disso, eu sequer desse atenção àquele jantar, que não deveria receber muito de minha atenção de qualquer forma, com ou sem James envolvido na história. Mas ele me deixou preocupada por ele seguir o restante da viagem totalmente calado, recebendo apenas as minhas instruções de como deveríamos chegar até a casa principal. E eu me senti mau por assim termos seguido até o lugar em que nos esperavam; repentinamente, eu também me senti mal. Talvez, ele simplesmente estivesse digerindo tudo, assim como eu deveria estar, mas não fazia.

Saltei do carro apenas para empurrar um enorme e manual portão de ferro, o único que continuava precisando de ajuda para se deslocar, enquanto os demais três eram completamente automáticos, recebendo a ajuda sutil de um controle pequeníssimo, e esperei que James aproximasse o carro antes de voltar a fechar aquilo quando percebi que havia mais dois carros que seguiam aceleradamente atrás de nós: uma Mercedes quase por totalidade preta – apenas por alguns detalhes em tom prata no para-choque –, inclusive no se dizia à película escuríssima, e um Grand Cherokee Turbo, da Jeep. Ambos eram carros que eu conhecia bem e sabia suas marcas ao longe, já que conhecia seus donos e devia a eles o fato de eu conhecer um mínimo que fosse sobre carros.

James falou, assim que passou o grande portão, para mim, com a sua janela ligeiramente baixa:

— Quem são esses? — perguntou, em tom de confusão.

— Meus tios e padrinhos, Carlisle e Esme Cullen, e logo atrás estão meu primo, Emmett, com a sua esposa, Rosalie.

Imaginei, por um momento, que saber disso não adicionaria nada a vida dele. Na verdade, saber apenas quem eram os donos daqueles carros, de fato, não mudaria nada em sua vida, exceto o fato de eles serem um bom admirador de veículos, já que também o era. Então, James seguiu um pouco mais a frente, deixando seu carro no acostamento, para que os outros carros fossem capazes de seguir com habilidade por aquela estrada de asfalto que eu sabia, muito em breve, se tornar uma estrada cheia de paralelepípedos, mantendo o mesmo ambiente existente na época em que meu avô ainda era vivo. Minha avó desejava manter daquele jeito e eu tinha certeza que suas filhas assim deixariam por um longo tempo, mesmo após a sua morte, por adorarem aquele estilo, único em Vernon Valley, principalmente quando as estradas que levavam as demais fazendas já começavam, em sua primeira porteira, a ser de terra batida.

“Há pontos positivos em relação os paralelepípedos”, eu ouvia constantemente minha mãe dizer. “Em relação ao aquecimento, por exemplo, nós não precisamos nos preocupar, pois eles esquentam bem menos que o asfalto, caso um dia desejemos coloca-los em Mount Vernon. Além disso, o pavimento da Capela Sistina e da Praça Vermelha são feitas todas em paralelepípedos.”

Péssima comparação a da minha mãe, eu cria. E péssimo também era o nome dado aquela propriedade pelo meu avô. Ele, por fã de George Washington, colocou aquele nome ao ambiente apenas para fazer uma referência direta ao ex-presidente e sua propriedade na Virginia, assim que adquiriu aquele lugar e se casou com minha avó. Não por menos, com o tempo, vovô aceitou que aquele nome se casava perfeitamente com o nome daquela cidadela e, assim, não trocou mais, já que o nome daquele lugar foi aceito rapidamente por suas filhas quando elas estavam crescidas.

Adentrei o carro apenas quando tornei a fechar aquela porteira, já vendo os carros há quase quinhentos metros à frente, raciocinando o quanto eu estava errada se optasse a ir a pé até aquele lugar. Ficaria um bom tempo em o sol escaldante de meio-dia, mas se dependesse totalmente de meu orgulho, eu seria capaz de enfrenta-lo com honra, sem me importar nenhum pouco.

Levamos mais cinco minutos de carro, apenas, para chegar até a casa principal, e eu tinha certeza que após aquela viagem cheia de conflitos, James queria tornar a acelerar o carro para chegar mais rapidamente a algum lugar para descansar um mínimo que fosse. Não por menos, eu também estava cansada e queria chegar o quanto antes em algum lugar para lavar, ao menos, o meu rosto. De qualquer forma, achava que ele estava disposto a me compreender o meu medo de velocidade.

Tudo parecia perfeitamente igual ao que eu tinha visto da última vez que estivera ali para visitar a minha avó, a menos de um mês atrás, exceto pelas decorações com flores e tecidos brancos, tomando já a parte da frente da casa. Meu estômago pareceu fechar-se com o nojo que eu senti daquilo, mas eu tentei ao meu máximo esquecer sobre o assunto e abri a porta do carro antes mesmo que James, já no lado de fora do carro, pudesse fazê-lo.

Foi assim que eu o percebi, quieto no seu canto, com os seus olhos azuis me fuzilando da mesma forma de sempre, o que sempre me deixara frustrada por não saber se ele estava apenas esperando por mim ou se ele queria expressar por mim algum tipo de desejo escondido. Esse era o poder presente em seus olhos fascinantes. Edward sempre me deixara confusa, senão de cabelos para o ar, quando resolvia deixá-los revoltos para irritar-me. Deveria ser, até, uma coisa completamente infantil achar que ele queria alguma coisa comigo, mas eu não conseguia imaginar outra situação senão ele querer nos aproximar e me deixar cada vez mais confusa.

Tão logo eu fechei a porta, quase sem força, segui para a parte do porta-malas, onde James já esperava-me, pois viu que eu não aceitara a sua gentileza em abrir a porta. Então, Edward chamou-me ligeiramente, tão baixo que eu tinha certeza que James não fora capaz de entender.

Quis ignorar novamente o meu primo, mas eu tinha a certeza de que ele não se deixaria passar batido: como imaginado, ele ergueu-se da poltrona que era constantemente ocupada por nossa avó e começou a seguir em minha direção, saindo da proteção do sol com os braços cruzados a frente de seu corpo, rejeitando a imagem solidária que trazia sempre consigo. Eu não era uma pessoa munida contra Edward Cullen. Meu corpo reagia de uma forma quase impossível a ele, mas não seria dessa forma daquela vez.

Antes que ele pudesse se aproximar suficientemente, coloquei minha mochila em minhas costas e peguei a alça da mochila de rodinhas fortemente com a minha mão direita, ao que James pegava a sua única mala com a mão esquerda, para fechar o porta-malas com a sua mão livre.

De qualquer forma, rejeitei qualquer peso em minhas costas e assim que vi James totalmente livre, o peguei de surpresa. Nossos lábios colaram-se um no outro rapidamente, ao que ele logo correspondeu, abrindo os meus lábios com os seus para invadir a minha boca com a sua língua. O hálito de menta estava ali tal qual estivera anteriormente e o seu desejo me deixou ainda mais desperta, pronta para reagir as suas ações.

— TANYA! — ouvi Edward gritar ao longe, mas sua voz ficada cada vez mais perto a medida que ele falava o meu nome, o que me fez, prontamente, me afastar de James. — AFASTE-SE JÁ DESSE SUJEITO! ALIÁS, O QUE ELE ESTÁ FAZENDO AQUI!?

— QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA FALAR COM A TANYA DESSA FORMA? — James gritou a mesma medida, fazendo-me, prontamente, colocar-me entre eles. — ELA NÃO É NENHUM BRINQUEDO SEU PARA VOCÊ TENTAR MANIPULÁ-LA!

— QUEM SOU EU? — Edward gritou novamente, no mesmo tom em que começaram aquela discussão. — FALE PARA ELE QUEM SOU EU, TANYA! VAMOS, FALE! OU VOCÊ ESTÁ COM MEDO DELE E QUER QUE EU FALE QUEM SOU EU?

A medida que eles se aproximavam, eu acabei sendo obrigada a largar a minha mala de mão no chão para tentar aumentar o espaço entre eles com os braços abertos.

— Você! Você é meu primo e não meu dono, Edward. Então, você não tem que decidir nada por mim, pois sou maior de idade, se você já se esqueceu disso.

— O QUE, TANYA?! — Edward gritou quase perto dos meus ouvidos.

— Mano, eu não acredito que ela disse isso — eu ouvi Emmett, irmão de Edward e Alice, falar para alguém que estava fora da minha visão enquanto eu ainda continuava tentando me por entre os dois, sem mais forças para continuar com os braços estendidos.

A cada segundo que se passava, meu coração parecia bater mais e mais rápido devido à proximidade dos dois, que pareciam raivosos ao ponto de quererem se matar a minha frente.

— POR QUE VOCÊS DOIS ESTÃO JUNTOS!? — Edward perguntou, seu rosto ficando vermelho pelo nervosismo que estava sentindo.

— Isso não é da sua alçada, Edward — respondi-o.

— POR QUE VOCÊS ESTÃO JUNTOS, TANYA!? — ele tornou a repetir, cada vez mais alto, o que me deixava preocupada, pois eu nunca vira Edward daquela forma.

— Eu já disse que isso não é importante para você, Edward — eu tentei falar, mas minha voz saiu abafada, pois a cada instante eu o sentia mais próximo de mim, olhando-me do alto, já que ele era mais que cinco centímetros mais alto que eu. — E faça o favor de se controlar, pois eu não estou gritando com você.

— NÃO ESTOU GRITANDO!

— Ah, não?! Porque ao que me parece, você não está gritando… ESTÁ BERRANDO! Pare já com isso agora, Edward! O que eu faço ou deixo de fazer, há um bom tempo, não é da sua alçada, mas já que você está querendo tanto saber: sim, James e eu estamos saindo, e sim, nós já dormimos juntos, e sim novamente, eu estou pouco me importando para o que você ou qualquer outro pensa em relação a isso. A vida é minha e eu faço dela o que eu bem entender, porque simplesmente, se isso acabar mal, quem vai sofrer será eu e tenho certeza de que ninguém se rebaixará para dar-me conselhos, nem mesmo você, de tão cego que está por causa da sua noivinha. Eu me afastei dos Cullen, mas principalmente de você, porque ela foi a causadora de tudo isso, se é que você não é capaz de perceber isso, Edward! — eu suspirei alto antes de pegar as mala que caíra no chão e quando tornei a me erguer, eu continuei, tentando poupar a minha voz ao máximo: — Então, a única coisa que espero de você, por um momento que seja, é que trate James bem se você ainda se importa um mínimo que seja comigo.

Eu ia começar a caminhar em direção a grande portaria da casa, onde estavam Alice e Jasper, Emmett e Rosalie, Carlisle e Esme e, por fim, meus pais, ao lado de Kate e Irina. A vergonha tomou a minha face, mas logo eu senti o meu rosto não queimar apenas por causa dessa sensação, mas também pela raiva que preenchia o meu corpo. Aquilo foi totalmente capaz de tirar-me o equilíbrio, mas o som ensurdecedor do baque de um dos corpos atrás de mim sobre o porta-malas foi ainda mais desestabilizador e o urro de dor me fez virar-me no mesmo instante.

Sangue lavava o rosto de James, pois seu nariz fora deslocado de meu lugar real quando sua face tocou com força o porta-malas fechado. Isso tirou-me do sério e fez-me observar Edward com os olhos em chama.

Realmente, eu tentei buscar em minha mente o motivo de meu primo ter feito aquilo com James, mas isso só me deixou um pouco tonta. Eu não conseguia entender o motivo de Edward ficar tão desequilibrado em relação ao meu novo relacionamento e eu. De qualquer forma, aquilo não deveria ser da alçada dele da mesma forma que ele dissera certa vez que não era da minha alçada ficar intrometendo-me em seu relacionamento com Isabella. Eu não sabia muito bem o porquê, mas repentinamente achava que aquela mulher não era merecedora de tanta atenção assim e merecia a minha rejeição. Mas ver Edward desequilibrado daquela maneira me deixou confusa.

— O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA? — eu gritei para Edward. — QUE PORCARIA, EDWARD! PARE DE SER INFANTIL E AJA COMO UMA PESSOA ADULTA! EU SEQUER SEI O MOTIVO DE TANTA… IDIOTICE!

Eu o vi engolir seco antes de dar as costas para mim e rumar para dentro do casarão, dando de ombros para aqueles que barravam o seu caminho, nossos familiares.

— Vamos limpar isso, James — eu disse, pegando a camisa branca que estava amarrada em minha cintura e dobrando-a para que servisse de apoio para estancar o sangue em seu rosto e ali, rapidamente, ele colocou, encharcando prontamente o pano com seu sangue.

— Deixe-me ver seu rosto — eu ouvi a voz polida de meu padrinho logo atrás de mim, ao que James logo afastou o pano que eu o quase obrigara a colocar ali. — Sorte sua não ter quebrado o nariz, rapaz. Vamos dar um jeito nisso. Venha comigo.

Fiz menção em segui-los, mas fui barrada pelas mãos de minha madrinha, que estava logo atrás de mim e que segurou firmemente meus ombros, impedindo-me de andar.

— Guarde suas coisas em seu quarto enquanto Carlisle dá um jeito no ferimento de James, minha querida, então tome banho e desça para se juntar a nós no almoço, se você estiver com vontade, depois dessa… situação embaraçosa.

Esme tinha sua mania de amenizar as coisas, por tão amorosa que era, mas naquele momento eu tinha certeza de que ela sabia a dimensão daquela situação e não estava nenhum pouco agradada sobre aquilo, ainda mais no que condizia ao comportamento inexplicável de seu filho há tão pouquíssimo tempo.

— Tudo bem, então.

Dei de ombros, apertei a minha mala em mãos e segui pelo hall sem dar nenhum sinal de amizade para meus expectadores, e subi as escadarias sem me importar se o peso em minhas costas era grande ou não. Segui para o meu quarto, o último do corredor e abri a porta, sentindo o meu corpo dizendo-me que deveria parar de ser idiota, pois minhas costas não suportavam tanto peso, quando notei que não era apenas eu naquele ambiente.

Edward estava sentado em minha poltrona favorita, que eu ganhara para colocar em meu apartamento em Nova York, mas achei que ficaria muito melhor em meu quarto em Mount Valley. A posição de meu primo não agradou-me em nada, pois ao que aparentava, ele estava suficientemente aflito, sendo que seus cotovelos estavam apoiados sobre suas coxas e sua cabeça estava entre suas mãos, que apertavam com braveza os fios do seu cabelo. Entretanto, ele logo desfez a sua posição quando notou que eu estava dentro do quarto, após fechar a porta, e veio em minha direção; entretanto, fiz questão de fazer uma barreira sonora entre nós:

— Eu não quero falar com você, Edward. Então, faça-me o favor de nem tentar se aproximar de mim porque eu não vou aceitar as suas desculpas, pois elas sempre aparecem quando você faz algum tipo de burrada e se eu aceitar suas desculpas, você jamais aprenderá.

— Tanya, eu não vim pedir-lhe desculpas, porque eu me lembro muito bem o que aconteceu da última vez que eu as pedi. Como você fez questão de resumir, eu não vou aprender se você me desculpar. De qualquer forma, eu não vim lhe pedir desculpas, mesmo porque acho que não sou digno delas.

— Então o que você veio fazer aqui? — perguntei entredentes, ainda sentindo raiva dele pelo que fez com James.

— Vim lhe falar que você conseguiu exatamente o que queria de mim…

— Eu não queria nada de você, exceto que você me desse o mínimo de atenção que me dava antes, como você sempre fez, mas parou de fazê-lo por causa dessa sua namoradinha idiota. Sempre soube a índole dela, mas você jamais quis ouvir-me. Conheço essa sujeita há tempos.

— Se eu não te conhecesse, se você não fosse o livro aberto que é, eu poderia até acreditar nisso, mas eu sempre percebi os seus sentimentos por mim, Tanya. Tentei até fugir do que eu sentia por você e fiz de tudo para que Alice compactuasse com isso, o que, pelo visto, ela conseguiu, mas agora eu não consigo mais.

— Ficou louco? — perguntei, entredentes. — Do que você está falando?

— Estou falando que você conseguiu exatamente o que queria, Tanya! Que eu confessasse meus sentimentos a você e que confessasse que eu fico com ciúmes todas as vezes que te vejo com um cara diferente, seja ele apenas uma amizade ou um caso que tem. Sim, eu estou morto de ciúmes.

— O quê? Como é que é? Eu acho que eu não estou te entendendo muito bem… Que insanidade é essa, Edward?

— É isso mesmo que você está achando: eu te amo e estou morto de ciúmes de você em relação a James. Não quero que você fique com ele e estou, inclusive, disposto a terminar esse namoro sem pé nem cabeça que estou tendo com Isabella. Eu não me vejo com ela por muito tempo.

Eu suspirei fortemente e falei alto, apontando para a porta:

— Saia já do meu quarto, Edward! Quem você pensa que eu sou? Co-como você é idiota! Acha que pode brincar com os meus sentimentos e achar que depois terá uma recompensa!? Pois se for dessa forma, você está seriamente enganado.

Por um momento, eu imaginei que ele, de fato, faria exatamente o que eu estava mandando-lhe fazer, mas meus pensamentos em relação a Edward estavam completamente errados. Ele, de fato, seguiu até a porta de meu quarto, mas ao invés de sair daquele cômodo, girou a chave da porta e, em seguida, tirou-a dali.

— Edward, pare já com isso… — alertei-o. — Se você não parar, eu gritarei. Estou falando sério: eu estou com medo de você.

Suas mãos tomaram os meus ombros de um modo poderoso, massageando toda a sua extensão, como se aquela fosse uma tentativa bem sucedida de tentar me acalmar e eu estava ficando com raiva de mim mesma por ser sempre tão vulnerável a ele. Era terrível o fato de ele brigar com James, mas mais terrível era o fato de ele, facilmente, conseguir contornar tal situação de uma maneira tão simples.

— Eu não consigo suportar a ideia de você ter dormido com outro homem, Tanya. Fico apavorado só de pensar nessa situação, principalmente por saber que você sempre esteve destinado a mim e eu sempre rejeitei essa ideia.

— Pare com isso, por favor, Edward.

Eu senti, em minha voz, a suplica para que ele fizesse exatamente aquilo que eu não lhe pedia. Minha voz suplicava para ele continuar, enquanto eu me sentia uma pequena parte do meu corpo queria expulsá-lo de perto de mim. Era impossível resistir a ele.

Seus lábios tomaram o meu pescoço e meus ombros, após deslizar delicadamente a camiseta regata que eu usava naquele momento.

— Eu quero você, Tanya, e eu preciso de você.

— Edward, pare com isso, por favor — eu disse, segurando as minhas lágrimas. — Você irá tomar uma mulher como noiva em algumas horas e com isso eu não vou conseguir lutar. Eu conheço você bem o suficiente para saber que você não desistirá desse noivado e sei tão bem disso que você me quererá, se ainda quiser depois disso tudo, como a outra. Não suporto uma coisa dessas. Além do mais, nós não podemos ter nada ainda, não sem eu falar para James que o que tivemos acabou hoje e, também, se você não terminar com Isabella; se fizemos algo antes disso, estaremos agindo erroneamente e, infelizmente, eu sei que você não terá coragem o suficiente para terminar com sua namorada.

Com aquela minha prece, ele soltou-me. Eu sabia o quão certo ele era, então fazer o que eu fizera significava o mesmo que deixa-lo com consciência pesada. Ele não aceitaria jamais dormir com alguém se ele estivesse em um relacionamento; isso não significava que ele não era homem o suficiente para ficar com uma mulher mesmo estando compromissado – isso era algo típico de nossa família, honesta em excesso para deixar-se guiar por uma situação como essa.

— Eu vou conversar com Isabella ainda hoje e nós não noivaremos. Eu estou cansado de tentar soar certinho demais e rejeitar aquilo que realmente me faz bem, e você, Tanya, é uma das coisas que me fazem bem. Isabella nunca adicionou nada em minha vida. É, é isso que eu vou fazer, de fato.

Assim, ele me fez girar os cento e oitenta graus para vê-lo. Meus olhos marejados deixavam a minha visão embaçada, mas ainda assim eu conseguia vê-lo sorrindo para mim. Então, ele secou as lágrimas que começavam a rolar de meus olhos e depositou um beijo cálido em meus lábios, o que fez meu coração bater tão fortemente que eu poderia dizer que, não metaforicamente, ele saia pela minha boca.

Podia até ser uma mentira de Edward, mas se assim fosse, ele mentia muito bem.

— Eu te espero lá embaixo para o almoço — ele falou, tão logo nos separamos.

Então, ele seguiu em direção a porta novamente, girando a chave ali e saiu após abri-la, fechando-a em seguida. Naquele mesmo momento, eu fiz questão de trancar aquela abertura ou eu seria incomodada novamente em poucos minutos.

Foi então que desatei a chorar, pensando no inferno em que me meti. Eu deveria ser má religiosa que Deus resolvera me presentear com a confusão em minha mente. E algo me dizia que tal situação não passaria tão rapidamente quanto eu desejava que passasse. Era complicado demais, ao menos para uma mente já tão confusa quanto a minha. E não haveria almoço que desceria bem para o meu estômago depois daquilo tudo.

29 de jul. de 2013

FANFIC: Liebe und Hass — Novas capas

Olá, pessoal! Como sempre, eu sou uma babona! Venho aqui para elogiar o trabalho das meninas do Sweet Madness, que tem feito em minhas capas e banners de fics coisas maravilhosas. Achei um primor de trabalho quando as mesmas fizeram capas maravilhosas para OADN aqui, mas agora venho me desdobrar em elogios porque eu acabei de abrir o blog delas e me deparei com a capa divina de L&H. *----------------* No final das contas, eu fiquei tão em dúvida que acabei pegando a capa colorida, principalmente, para colocá-la em divulgação, mesmo que tenha sugerido-as sobre uma capa em sépia ou preto-e-branco. Eu, literalmente, morri e ressuscitei. Mil obrigadas ao SM, mas elas irão especialmente para a Carol Black. Então, aqui estão as capas! ^^ Deem a opinião de vocês!


FANFIC: O Anel de Noivado — Capítulo 02 ∞ A promessa ∞ Pt. II


Me assustei quando eu o vi me guiar para um elevador que era totalmente escondido, mas completamente luxuoso. Assim, rapidamente, após a porta do mesmo se abrir, o vi retirar do bolso de sua calça uma chave mestra que tinha, em detalhes em tungstênio, uma vez que era prata, um trevo de quatro folhas. Quando nos colocamos dentro daquele lugar, rapidamente ele depositou a chave em seu suporte no painel; mas se ele tinha a intenção de usar aquele elevador e ainda usar a chave mestra, era porque, de fato, não queria ser interrompido.

Meu corpo pareceu reagir aquilo como se eu fosse parte de uma música do Entwine. Basicamente, me senti parte de Still Remains: uma pedra. Entretanto, James era capaz de desmoronar tudo aquilo em instantes.

Sua mão direita agarrou firmemente os fios de meu cabelo pela nuca de uma forma violenta, mas que me deixou ainda mais atraída, e tomou meus lábios com o seus com a mesma rapidez com se aproximou de mim. E eu senti-o quente, tal qual fora no carro, e, definitivamente, com aquilo, sai do meu estado de pedra, e eu comecei a reagir a ele como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. Essa era a diferença entre James e os outros rapazes que eu conhecera: ele destilava confiança e me fazia sentir confiança no que fazia também; para mim, aquilo não era errado – dormir com um cara na primeira noite em que saí com ele.

Assim, com sua mão livre, senti-o levantar levemente a minha saia do vestido, em busca de minha perna, para que esta envolvesse sua cintura. Mas assim ele segurou um item há muito esquecido naquele lugar e envolveu-o rapidamente com seu dedo indicador. Assim, ele separou o nosso beijo árduo e soltou-me, dizendo, com sua voz rouca em minha orelha, logo em seguida:

— Estou louco para retirar sua cinta-liga desde o momento que a senti, ainda no Teatro. Sou louco por garotas com cinta-liga…

Aquilo fez um arrepio subir por minha espinha e me deixou praticamente sem reação; entretanto, as reações dele eram suficientes para me guiar. Ele agachou-se a minha frente e passou a minha perna por seu ombro. Eu quis xingá-lo de filho da puta descarado naquele momento, mas eu estava em êxtase com aquilo; meu corpo reagia àquela ação da pior maneira possível – ou talvez fosse a melhor, mas naquele momento, eu não soube distinguir muito bem, pois meu corpo, a maior parte das vezes, falseava. Eu tinha certeza de que aquele era um êxtase temporário de ambas as partes e que logo aquilo tudo estaria acabado; cada um iria para seu lado e não tornaríamos a falar sobre isso – éramos colegas de trabalho: aquilo não teria futuro para nós.

Senti quando o elevador parou, provavelmente no andar dele, mas ainda assim ele observava a minha perna e aquela cinta-liga por mais alguns segundos, passeando o dedo polegar e o indicador por ali. Enfim, sem mais delongas, aproximou sua boca daquele item e deslizou-a até minha panturrilha quando a minha perna repousou sobre sua coxa. Com aquilo, eu estava literalmente pronta para ele.

Seu olhar me derreteu por inteira quando ele tornou a ficar em pé, para me observar ligeiramente e me guiar até seu apartamento. Eu vi o desejo exalando daquele homem, mas isso me fez argumentar comigo mesma se aquela reação acontecia com exatamente todas as mulheres que ele tivera em mãos.

Ao abrir a porta do elevador, ele enlaçou, com agressividade, a minha mão e logo percebi que estávamos em um hall acarpetado em madeira e que aquele apartamento era o único do andar. Eu estremeci com aquilo.

— Não farei com você nada que não queira, Tanya — ele disse antes de abrir a porta de seu apartamento, com sua voz rouca, mas ao mesmo tempo aveludada, em minha orelha novamente, o que me fez estremecer. Assim, antes de me guiar porta adentro, segurou com firmeza a minha cintura com sua mão direita, fazendo-me arquejar alto, e continuou: — Agora é sua hora de decidir se vai ficar ou vai embora. Não gosto de ninguém com o pé atrás quando está comigo.

Ele notara? Notara meu medo? Notara a minha insegurança?

Fazia certo tempo que um homem não me tocara porque eu sempre colocara um empecilho, evitando que eles se aproximassem de mim antes mesmo que eles se apresentassem. Mas James esteve disposto a quebrar a minha barreira sólida de proteção e ali, em frente ao apartamento dele, nós estávamos. E ficar ali, rígida como uma pedra, pareceu ser um sinal positivo para ele: James apertara com mais firmeza a minha mão e me guiara apartamento adentro, fechando a porta atrás de nós, sem delicadeza alguma.

Senti o frio percorrer novamente a minha espinha quando ele me prensou contra a parede e tornou a me beijar de uma forma ainda mais quente que anteriormente fez. Seus lábios percorreram meu pescoço e minha clavícula também, o que me fez sentir que eu estava me entregando a pessoa certa no momento correto. Daquela forma, as minhas mãos se guiaram rapidamente para o seu paletó, abrindo todos os botões daquela vestimenta com a mesma velocidade em que ele começou a deslizar o zíper de meu vestido. Mas àquela altura, eu já não me importava se seria vulnerável a ele.

Quando meu vestido já estava no chão, ele me guiou para o sofá de sua sala, ampla o suficiente para eu me perder caso eu desistisse de tudo. Eu não tinha tempo a perder e observar todos os detalhes daquele ambiente, mas ele estava pouco iluminado, o que tornaria a minha fuga ainda mais impossível.

De repente, após me deitar sobre seu sofá, ele abriu o fecho de meu sutiã e o mordiscou com violência. Aquilo me deixou ainda mais vulnerável a ele e eu o senti com um toque de sadomasoquismo; naquele momento, caso ele optasse por utilizar tal artificio, eu não me importaria, sinceramente. Seu corpo me deixava inteiramente tépida e deteriorava qualquer medo que eu fosse capaz de ter dele.

Eu senti que ele não teria dó de mim àquela noite quando fitei seus olhos azuis ao longe, quando ele se ergueu e abriu sua camisa e deslizou-a até que a mesma caísse no chão e, em seguida, tirou os sapatos, as meias e a calça, deixando-se estar apenas com a cueca boxer branca, que parecia muito apertada para ele, de tão rígido que ele estava. Aquilo me deixou ainda mais excitada.

Quando voltou, ele não sentiu nenhum pouco de dó de mim: abriu minhas pernas e notando que eu estava completamente molhada, fez-me sentar sobre ele, o que me deu uma ampla noção do quão nós estávamos excitados. Daquela forma, ele afastou a lingerie que eu usava e tirou seu membro da proteção proporcionada por sua cueca, penetrando-me demoradamente, sentindo o quão apertada eu era; ele era grande demais para mim, mas mesmo que aquele movimento me deixasse dolorida, eu apertei fortemente seus fios de cabelo com as duas mãos enquanto, com mais cuidado, ele me adentrava, percebendo que apesar de dolorida, eu continuava excitada.

Gemi alto quando o senti completamente dentro de mim e fui obrigada a olhar para James quando tal ato aconteceu. Seus lábios estavam em meu pescoço naquele momento, mordiscando-o e chupando-o demoradamente enquanto eu começava a cavalgar sobre ele. Isso só o deixou ainda mais excitado e eu pude senti-lo ainda mais rígido dentro de mim; talvez tenha sido isso que o fez irritado, pois ele fez-nos desfazer daquela posição e tornou a me deitar sobre aquele sofá, para que eu o sentisse entrar e sair de mim com rapidez, o que me deixou ainda mais relaxada.

Não parou por ai. Em seguida, o senti jorrar dentro de mim – situação a qual se seguiu com um gemido. Apesar disso, nós não estávamos suficientemente satisfeitos. Fora rápido demais, mas pressenti que, para James, aquilo era somente o começo de tudo.

Ele tomou-me em seus braços rapidamente, tornando a voltar minha lingerie ao seu lugar, e fez-me enlaçar sua cintura com as minhas pernas, enquanto ele nos levava para um ambiente totalmente diferente daquele que estávamos. Seguimos por um corredor escuro enquanto o sentia ficar enrijecido novamente sob mim; foi quando percebi que ele nos guiava para um quarto, pouco iluminado também – o que foi logo agraciado com o fato de haver abajures ao lado da cama queensize –, e colocou-me delicadamente sobre o colchão amplo, antes de sentar-se aos meus pés.

James começou mais delicadamente que outrora: seus lábios quentes e úmidos começaram a percorrer um caminho aparentemente imaginado por ele, iniciando-se a partir da ponta dos meus pés e parando, vez por outra, no meu joelho e na minha coxa, até chegar, por fim, na minha barriga, parando, ali, definitivamente, para mordiscar-me. Com isso, eu senti uma onda de sensações diferentes me percorrerem. Então ele tornou a ser agressivo novamente: com seus dentes, pegando a lateral da minha calcinha, a única lingerie que me sobrara, deslizou-a até que a mesma chegasse aos meus joelhos, e tornou a voltar ao mesmo lugar sem tal item para que, com dois de seus dedos da mão esquerda, me penetrasse.

Senti-me completamente úmida quando ele recomeçou seu caminho de vai-e-vem dentro de mim, sendo tomada por todo e qualquer tipo de desejo que um dia existira em minha mente. Ele me completava de uma forma que eu não fora completa em nenhum outro momento de minha vida.

Eu estava completamente entregue a ele naquele momento.

Seu membro estava novamente enrijecido quando adentrou-me novamente, mas eu sabia que daquela vez ele demoraria para gozar novamente. Não para ele, ao menos: eu estivera guardando o meu momento e em instantes, eu sabia, estaria pronta para chegar a mesma situação a que ele chegou rapidamente.

Não demorou, de fato: senti meu corpo corresponder a minha vontade e ele me fez mudar de posição, voltando aquela que havíamos praticado no sofá, talvez na tentativa de me fazer esperar por ele; eu não iria aguentar, entretanto.

O sorriso canalha estava em seu rosto novamente. Logicamente, eu sabia que ele tinha mais prática no quesito sexual que eu e isso me tornava vulnerável aquele sujeito; eu estava entregue tal qual uma escrava ao seu senhor. Infelizmente, pensei naquele momento, eu sou a escrava dele; a escrava sexual dele.

— E-eu — eu falei entredentes.

— Não! — ele disse, totalmente seguro de si e isso me deixou enervada.

Então, James tentou uma coisa que eu estaria sempre disposta a negar. Ao tentar mudar de posição, ele quis me fazer uma penetração anal. Isso congelou todos os meus músculos naquele momento, fazendo-me querer empurrá-lo para longe, sem ter muito sucesso. Aquilo não era para mim, definitivamente, e eu não queria relembrar tudo novamente – era muito para a minha pessoa.

Quando ele percebeu o quão irada eu estava, ele parou de fazer suas tentativas e deixou que eu saísse de minha posição. O meu medo deixara o meu desejo de lado e eu me afastei prontamente dele, ficando em pé ao lado da cama prontamente; o pior foi o fato de ele não ter entendido nada do que aconteceu.

— Tanya?

— Se afaste de mim — eu o respondi asperamente e, possivelmente, estava vermelha, pois sentia minhas bochechas arderem de tanta raiva que sentia de mim – por ser tão vulnerável – e dele – por ser tão manipulador. — Não encoste mais nenhum dedo em mim, Gigandet — seu sobrenome saiu cuspido por minha boca, enquanto eu lhe dava as costas e seguia em direção a sala.

— Eu não estou entendendo. Foi o que eu fiz? — ele falou, entredentes, aparentando raiva também – só não consegui distinguir se era de mim ou dele.

— Não quero que entenda nada — respondi. — Não há nada para ser entendido, James.

Ele parou a minha caminhada até a sala ao pegar o meu cotovelo com uma de suas mãos, obrigando a me virar para ele e me fazendo sentir totalmente vulnerável de novo. Se antes eu já sentia o ódio dentro de mim crescer, me senti ainda pior com o movimento brusco dele.

— Você está chorando? — perguntou-me e, assim, tão somente, percebi que o que ele falara era um fato consumado. Os dedos de sua mão livre passeou por meu rosto, secando as lágrimas que por ali passeavam. — Me desculpe…

Ele não tinha mais nada a me dizer, eu senti. Mas pela primeira vez naquele homem, senti que suas palavras eram verdadeiras e que eu o devia uma explicação.

— Não tem nada a ver com você — eu o respondi, ouvindo minha voz rouca por conta do meu choro.

— Você não me deve explicações — James me falou, tão logo, e eu senti meus ombros serem enlaçados por seus braços fortes, em um abraço. — Vamos fazer o seguinte: você não precisa ir embora; fique aqui esta noite e eu não iriei incomodá-la – esta noite, eu dormirei no sofá.

— Acho que a sua cama é grande o suficiente para que possamos dormir nela sem encostar um no outro — eu disse, ainda sentindo as lágrimas percorrerem meu rosto e sentindo, também, algumas dela rolarem por meu pescoço, secando por ali, ou continuando por mais um curto caminho, até secarem em minha clavícula. — De qualquer forma…

— Apenas fique — ele protestou, soltando-me de seu abraço, por fim, e colocando seus dedos sobre meus lábios, para me calar. — Eu me decido sobre isso depois.

Dessa forma, James me guiou até seu quarto novamente, após colocar-se atrás de mim e apertar firmemente o meu ombro direito. Assim, ele me fez deitar em sua cama e trouxe o edredom, que estivera anteriormente na ponta da cama, para me cobrir; ato o qual eu praticamente dei de ombros por continuar chorando mesmo sob o ato dele, de querer me aconchegar após deitar-se a minha frente para acarinhar o meu rosto. Eu sabia que nada daquilo, por fim, adiantaria, quando eu estava com o sentimento irredutível de fracasso quando eu raramente me sentira assim.

Então eu dormi quando senti minhas pálpebras pesadas o suficiente para eu continuar observando-o me acarinhar. Naquele meu desespero, eu pensei ouvir palavras que eu não poderia ter ouvido, ainda mais partindo da pessoa que me acompanhava aquela noite, sendo estas ainda piores por estarem relacionados a algum tipo de sentimento; aquilo era impossível, ainda mais partindo de James – ele era frio demais para se envolver em um relacionamento amorosamente falando. De todo modo, tive uma noite sem sonhos ou pesadelos, pois estava com a consciência pesada demais para pensar nesse tipo de coisas; a única coisa que ali rondava era o fato de eu me martirizar por ter aquela sensação ruim me rondando por anos – uma sensação que eu pensei que o tempo fora capaz de apagar –, mas eu percebi da pior maneira possível que eu estava redondamente enganada sobre isso.

(∞)

Abri os olhos para notar que meu dia estava começando muito cedo, antes mesmo das sete da manhã. Só me orientei sobre o horário quando observei o despertador sobre o criado-mudo registrando tal horário. Assim, tão logo, percebi que James ali não estava, talvez por motivos óbvios, mas não dei de ombros dessa vez porque eu era uma intrusa em seu apartamento.

Roupas e lingeries novas estavam estendidas ao pé da cama, junto a um roupão cinza de seda. Prontamente, reconheci que aquelas roupas eram minhas, as quais estiveram em meus cabides por certo tempo, esperando alguma ocasião apropriada para serem usadas – o noivado de Edward com a repugnante da Isabella.

Só de pensar, senti a bile fazer-se presente. Senti nojo. Eu não queria pensar que o noivado de Edward seria naquele dia, ainda mais quando eu estava com alguém que não tinha nada a ver com o assunto. O que significava o noivado de Edward para James? Nada.

O sol ainda estava nascendo vagarosamente quando eu me ergui daquela cama. Tão logo, vesti aquele roupão e segui para uma das portas daquele quarto, que, repentinamente, parecia convidativa demais. A mesma tinha uma cor que se mistura com facilidade à cor da parede, de um azul claro. Algo me fazia crer que aquele era o banheiro e era o que eu precisava naquele momento.

Virei a maçaneta com cuidado, após segurá-la com a mão direita, deparando com a imagem que, naquele momento, parecia, para mim, sendo dos deuses: James observava-se no espelho do lavabo, com a máquina de barbear em mãos, tendo acabado de se barbear. Pode até parecer estranho demais para alguns eu ter essa visão dos deuses, mas não fora aquilo que me despertara a atenção e sim o fato de seu sorriso ter se aberto ao me ver logo atrás dele, espionando-o, mesmo que tivesse ao meu favor a porta entreaberta.

Ele não falou nada; ao contrário disso, apenas fez um sinal com a mão para que eu me aproximasse, após abrir a porta totalmente. Apenas quando eu adentrei o cômodo, ele pegou minha mão e disse, deixando o seu sorriso ainda mais sincero:

— Desculpe-me por ontem.

— Aquilo não tinha a ver com você.

— De qualquer forma, o mínimo de decência que eu deveria ter era perguntar para você antes.

Eu dei de ombros, soltando as nossas mãos rapidamente, e isso pareceu fazê-lo analisar se eu estava irritadiça; eu ficara e eu não insistiria naquilo – o assunto era restrito a pouquíssimas pessoas, como alguns poucos membros de minha família e o meu analista, que, por sinal, eu não visitava a um bom tempo.

Assim, ele deu de ombros novamente, e disse:

— Fui ao seu apartamento e pedi para sua irmã dar-me alguma de suas roupas para que você pudesse se trocar…

— Eu percebi — atravessei a sua fala, tentando interrompê-lo, o que foi impossível.

— … e ela me convidou para ir a uma comemoração que vocês farão em família. Eu aceitei ir.

Gelei com a declaração de James, começando a detestar mentalmente a minha irmã. Já não bastara-me aquele ser o pior dia de minha vida e Irina resolveu, sem meu consentimento, convidar James a uma ocasião familiar como se isso fosse a coisa mais natural do mundo, COMO SE ELE FOSSE DE NOSSA FAMÍLIA OU COMO SE TIVESSEMOS ALGUM TIPO DE LAÇO, COMO UM NAMORO, POR EXEMPLO! Se Irina estivesse na minha frente naquele momento, certamente a trucidaria; como aquele ato era impossível no momento, simplesmente fiz questão de travar minha mandíbula só de pensar naquela situação e no quão eu ficaria desconfortável em estar perto de meu primo e daquele homem, com quem eu dormira.

Dentro de mim, eu sentia um misto de emoções para lá de estranhas. Eu não era a mesma Tanya que eu era há menos de vinte-e-quatro horas atrás; parecia, até, infantil demais e insegura também. Naquele momento, não havia em mim nada daquela Tanya segura de si, que mesmo tendo medo de alguns Volturi e do que eles eram capazes de fazer, conseguiu sair sã e salva de uma enrascada profissional. Parecia que no que se tratava da minha vida pessoal, eu era um fracasso.

— Eu posso ter um tempo comigo mesma? — perguntei, entredentes.

— Não por isso — falou, olhando-me fixamente com suas orbes azuis que me deixavam hipnotizada.

Dessa forma, ele saiu do ambiente, me deixando plenamente só por um tempo estendido o suficiente para que eu tomasse banho e me aprontasse com algumas das roupas que estavam estendidas sobre a cama. Mas aquilo não fora o suficiente para eu dizer que engolira as informações; além do mais, seja lá qual era a ideia de Irina, eu tinha certeza de que ela fora influenciada de alguma forma por Alice. Já era o bastante para mim ser jogada aos braços de um homem que até pouco tempo era o meu rival nos Tribunais e acabar me seduzindo pelo charme dele, o qual eu jamais percebera anteriormente, pois julgava-o não ser da minha alçada; pior ainda era eu ter que suportar um homem que me atraia sexualmente junto a outro homem que me atraia sentimentalmente no mesmo ambiente. Literalmente, eu teria um enfarte assim que os visse no mesmo lugar (e a isso se incluía o fato de sequer se aproximarem um do outro, se bem isso fosse muito possível, ainda mais que eles precisavam se cumprimentar).

Eu precisava respirar. E profundamente. Ou eu mataria Irina e Alice assim que as visse. Com certeza, elas achavam que eu esqueceria Edward assim que me visse nos braços de James, mas isso era quase impossível.

Vesti a roupa mais confortável que vi no meio daquelas demais sobre a cama. Ainda era manhã e o sol naquele momento cobria Manhattan por inteiro, ainda que fosse as primeiras horas da manhã. O evento só iniciava-se na parte da tarde e início da noite, o que me deixava aliviada só de pensar no quão seria bom se eu mantivesse James e Edward longe por tempo suficiente para eu poder processar as informações em minha mente.

Mas talvez não fosse um mero encontro arranjado por Alice e Irina, pensei. Talvez essa seja uma forma de fazê-lo enxergar que, mesmo de uma maneira dolorosa, eu conseguia me virar sem ele. E eu conseguia. Caso não conseguisse, me obrigaria a ser daquela forma.

Sai do dormitório sendo tomada por pensamentos infames e indesejados, tal qual acontecera desde o momento em que James pronunciara-me que participaria, também, do mesmo evento o qual eu não desejaria presenciar, mas seria obrigada a ir por ainda nutrir algum tipo de amizade com meu primo, mesmo que sua namorada (e em menos de algumas horas, noiva) tenha nos afastado – de melhores amigos, somente conhecidos –, mas meu pensamento ruim foi para os ares quando percebi o desastre que tomava a cozinha daquele apartamento, bem mais equipado do que eu esperava para uma residência de um homem: utensílios de última linha tomava a bancada e o cheiro de bacon e queijo tomava o ar, fazendo meu estômago embrulhar de nojo.

EU PODERIA TER MATADO JAMES NAQUELE MOMENTO, mas não fiz nada daquilo: algo dentro de mim acabou refreando-me. Ele era um desastre na cozinha, mas a pior parte de tudo era que ele achou que eu o deixaria comer aquela bomba de calorias àquela hora da manhã. Não mesmo.

— O que pensa que está fazendo? — perguntei, alto demais, quando me aproximei dele para desligar o fogão. — Você é louco ou o quê? Quer se matar antes de chegar aos quarenta?

— Pare de ser exagerada — ele me respondeu, prontamente, e revirou os olhos assim que me viu ter sucesso. — De qualquer forma, eu desisto de tentar fazer alguma coisa na cozinha: não consigo cozinhar de forma alguma.

— Melhor assim: quem sabe dessa forma você resolve levar a vida de uma forma mais saudável — sorri brandamente, vendo-o depositar aquele lixo de comida no triturador e colocar a frigideira sobre a bancada da pia. — E outra: se você tem um grill repousando sobre a sua bancada americana, porque você vai usar a frigideira para fritar ovos e bacon com queijo?

Ele me olhou com tom de deboche enquanto eu colocava a mão em minha cintura, o que me fez pensar que estava agindo tal qual uma matrona. Em seguida, ele começou a dar risadas altas demais para o meu gosto.

— Você fica maravilhosa quando está nervosa — ele comentou, se aproximando de mim em alguns passos apenas. — E eu sinto vontade de comer você todas as vezes que te vejo assim.

Devo ter erubescido, porque ele se aproximou ainda mais de mim após dar apenas mais um passo, e afastou os meus cabelos para trás para sussurrar em meus ouvidos:

— E quando envergonhada, eu sinto vontade de fazê-la realizar todas as suas fantasias; e eu tenho certeza que ainda tem várias.

— Dá licença, James — eu disse, irritada, afastando-o com um empurrão apenas usando uma mão. — Você é insaciável! Que ideia é essa sua de que eu sou igual a todas as garotas que você come todas as noites? Pois eu te digo uma coisa — continuei, ainda mais irritada, e apontei ligeiramente para o peitoral musculoso dele —: eu não sou. E outra, James, e preste bem a atenção no que lhe digo: não é falando em minha orelha com suas palavras pouco sedosas que você irá me conquistar. E daí se eu realmente tiver fantasias a serem realizadas? Isso não é da sua alçada, Gigandet.

Eu fizera um discurso, mas mentira em boa parte do que falei. A voz aveludada dele – ou até mesmo quando ele se aproximava de mim e falava-me a orelha com sua voz quando rouca – me deixava louca. E a parte de minhas fantasias? Cacete!

— Não é o que você pensa — ele disse, tornando a se aproximar de mim e veio em direção as minhas costas, tornando a afastar meu cabelo – dessa vez no caminho inverso que a anterior – para beijar-me a nuca e os ombros, o que fez um arrepio correr-me a espinha. — Eu sei perceber quando uma pessoa mente ou não; por mais que você trabalhe na mesma área que eu e saiba muito bem como mentir, eu ainda assim sei perceber quando uma pessoa mente ou não. Você está mentindo, Tanya.

Ele era excessivamente bom naquilo ou eu era péssima em mentir. Possivelmente, a última opção estivesse mais próxima de ser a real e eu precisava ser capaz de melhorar aquela minha tática.

Eu me sentia atraída por James, mas não sentia nada mais por ele que isso. Ele era o meu colega de profissão e isso era a coisa mais simples de todo o mundo, mas não soubemos como separar isso. Portanto, eu era capaz de terminar com tudo da mesma forma que comecei, da mesma forma que nos deixei iniciar. Eu não me deixaria fraquejar mais. Mas uma última vez não me faria mal algum.

Me deixei ser guiada para a sala novamente e, dessa vez, com uma maior iluminação, pude perceber o quão bela era a disposição do cômodo, por mais que aquela não parecesse ser a intenção de James: obviamente ele me queria por inteira, tão somente para ele…

Seu corpo levou-me até o tapete persa que tomava o chão do centro de sua sala, mas ao invés de fazer-me repousar ali, apenas me fez sentar sobre aquela proteção macia, afastando-se logo em seguida. Aquilo era estranho partindo dele, ainda mais por se afastar de mim com a rapidez que seguiu para fora do cômodo. Mas em poucos minutos somente, ele voltou com uma bandeja para café da manhã em mãos e deixou repousar no chão, logo a minha frente, antes de sentar-se ao meu lado.

— Eu posso ser um péssimo cozinheiro, mas sempre tenho alguma coisa reserva ao meu favor. De qualquer forma, me informei diretamente com sua irmã de que você é vegan; não teria nexo eu preparar bacon para você.

— Posso te fazer uma pergunta? — eu falei e ele deu de ombros, como se permitisse a minha pergunta. — Por que você está sendo tão carinhoso? James, eu conheço você e sei bem o cafajeste que é, então pode considerar que a máscara caiu. Para você, eu devo ser só mais uma comida desejável, a qual você, em breve, descartará; por isso, eu tenho certeza de que serei dispensada tão logo nos despedirmos após o jantar.

— Tanya, você tem uma imagem muito errada sobre a minha pessoa — ele falou, sério.

— Mas não é a verdade? — eu continuei, dando de ombros. — Você pode ser um cara sério profissionalmente falando, mas no que se trata de sua vida pessoal, tudo é uma brincadeira para você.

— É tão brincadeira para mim que eu até me esqueci do preservativo na última noite — ele disse, irônico. — Ora, Tanya: tenha santa paciência!

Gelei. No clima em que estávamos na última noite, eu esqueci-me de lembra-lo sobre a camisinha; por minha sorte, ainda que não tivesse uma vida sexual muito ativa, fazia questão de vacinar-me mês a mês com estrogênio e progestona. Mas ele, com uma vida suficientemente ativa, possivelmente teve outras escorregadelas como aquela com outras mulheres e para o pior dos casos, eu poderia, até, pegar um DST – seria muito azar para uma pessoa só.

— Não, eu não tenho sífilis, AIDS ou qualquer outro tipo de DST que você esteja avaliando nessa sua mente insana, Tanya, só para a sua informação.

— Vai saber… — eu disse, dando de ombros.

— Eu posso ser mulherengo, mas não louco, Tanya.

Novamente, dei de ombros e me deixei relaxar. Aquela seria minha última vez no dia, pois sabia que pouco depois, teríamos que sair daquele apartamento por exigência da minha prima, que estivéssemos na fazenda de seus pais antes da hora do almoço. Por isso, eu nem queria imaginar o depois. Só de pensar em Isabella e Edward juntos, o embrulho tomava o meu estomago novamente. Eu, definitivamente, não queria pensar naquilo, pois eu sabia que pensaria no assunto a viagem toda até Vernon Valley, em Nova Jérsei – onde o destino ligou os Cullen, os Denali e os Masen em uma só família – e por mais que aquele lugar me fizesse bem, a lembrança do noivado de Edward possivelmente arruinaria aquilo tudo.

28 de jul. de 2013

FANFIC: O Anel de Noivado — Capítulo II: A promessa ∞ Parte I

Olá, pessoas! Estou aqui não somente para apresentar a parte I do capítulo II, mas também para elogiar o trabalho da SM em relação a capa de OADN *-----* Linda, não é? Ainda mais agora que eu estou achando maravilhosa a inserção de Kristin Cavallari no papel da Tanya. É muito mais como eu a imagino que como a MyAnna Buring (perdão, pessoas... HAHAHA). Espero que gostem dessa primeira parte e eu já vou dizendo-os, o Tames (Tanya+James) ou se preferirem o Janya (James+Tanya, LOL - ok, horrendo!) vai pegar um pouco de fogo, mas a Tanya verá que o James não é tudo isso que ela pensa que ele é. Vejo vocês logo :)




OADN — Capítulo II

A Promessa Parte I




Aquele encontro arranjado repentinamente me deixou claramente nervosa, mas o que me deixou ainda mais nervosa foi o fato de Alice passar por cima da minha autoridade sobre a minha própria vida. Só de pensar nessa situação, eu senti o frio correr a minha espinha de cima a baixo e fazer seu caminho de volta. Ela não precisava tomar as rédeas sobre a minha vida na tentativa de preservar a minha sanidade mental após todo o acontecido no meu passado.
Mal completaram meia-hora após eu adentrar o apartamento, Alice apareceu ali. Eu pude ouvir ao longe a sua voz aguda em uma conversa rápida com Irina, pouco após Senna recebe-la à porta. Fiz ela me esperar; estava em meu banho, retirando aquela sensação de podridão que era originária do julgamento que tomara parte da minha manhã e tarde.
Poderia até dizer que senti um refluxo subir-me pela garganta apenas por pensar na imagem de Alec Volturi, postergada pela imagem de toda a sua família naquela mesma sala que eu. Somente no final, a imagem de James me apareceu e eu sabia bem porquê.
James não era o tipo de homem com uma boa imagem e, na verdade, ele era um cretino aos meus olhos. Vindo de uma boa família, assim como eu, se formou aos vinte e três em Direito e logo – e talvez com alguma ajudinha de seu pai –, passou no primeiro concurso público para a promotoria distrital de Nova York. E ali permanecia desde então, sendo que se especializou, com o tempo, em criminalística, assim como eu também fiz. Nós tínhamos uma diferença mínima de idade – eu era somente três anos mais nova que ele –, mas eu sabia sua fama – ele, ali no Tribunal, podia ser o homem mais honroso e respeitável do mundo, recebendo, inclusive, elogios meus, mas isso não reduzia o meu conhecimento sobre a sua má fama em sua vida pessoal e isso me aterrorizava.
As mulheres que andavam com ele eram, no mínimo, modelos e eram as mais belas já vistas no mundo da moda; muitas delas, até, eram ou foram modelos da Victoria’s Secret ou da Chanel e me davam raiva de tão belas. Mas ele fazia jus a isso e era o mínimo que a vida poderia lhe recompensar.
Os Gigandet eram, na verdades, bem providos de beleza e dinheiro, mas James, em especifico, ainda que tivesse tudo isso, exalava perigo e canalhice, para dizer bem a verdade, e os olhos claros dele, no tom azul levemente esverdeado, expressavam isso de longe. Aliás, tudo nele indicava, ao longe, que ele não precisava estar no cargo que estava.
Mas, talvez, fosse ele a pessoa certa para dar chance ao andamento da minha vida depois de todo o ocorrido, já que Edward, em breve, se casaria com a sua Bella.
Respirei fundo antes de sair daquele banheiro com o corpo contornado pelo meu robe branco de seda e uma toalha emoldando meus cabelos sobre a cabeça. Do lado de fora, eu vi Alice preparando as coisas sobre a minha penteadeira; ali estava o kit que ela, provavelmente, trouxera de sua casa. Um vestido azul, cujo cumprimento era curto, pairava sobre a minha cama e aos pés do mesmo, um peep-toe preto. Só de olhar aquelas roupas, eu me senti uma prostituta; eu estava reprovando aquilo tudo desde o primeiro momento, mas se eu dissesse um A, seria prontamente desaprovada por minha prima.
Naquele momento eu tive a certeza de que fazia algum tempinho que Alice não observava com firmeza o noticiário.
A baixinha me olhou com desaprovação. E eu retornei aquele mesmo olhar para ela.
— Faça isso por você, não por mim, Tanya — ela disse, colocando suas mãos em meus ombros, me obrigando a sentar na cadeira que ficava a frente da penteadeira. — Pode ser que ele não seja o homem dos seus sonhos, mas ao menos dê chance ao seu coração. Os fantasmas do passado devem ficar no passado, se é que você me entende.
Eu entendia, mas dei de ombros e a vi trabalhar em meus cabelos com uma devida habilidade fora do comum. E era como se ela tivesse nascido para trabalhar com moda. De qualquer forma, eu me senti tremendamente nauseada novamente porque aquele era o meu primeiro encontro com um homem desde…
Meu fígado deu sinais de que por ali passeava o suco bilear, apenas de pensar no que acontecera em meu passado. Mas era tentar ou tentar. Eu precisava ignorar meus medos algum dia e, talvez, James fosse a oportunidade certa para aquilo.
— Às vezes, você não é tão irritante quanto parece, Alice — eu disse e reafirmei logo em seguida. — Somente às vezes.
Aquela garota, eu sabia, precisava saber muito da vida ainda. E eu sentia algo parecido com piedade sobre ela, principalmente por Esme cegá-la em relação ao que, de fato, acontecia no mundo fora da realidade em que ela vivia.
— Obrigada. Muito obrigada — disse a pequena irritante, teatralmente. — Confesse: você me ama.
— Lógico — eu afirmei, debochadamente. — Se eu não te amasse, eu teria colocado sua cabeça na privada tão logo eu te vi aqui e daria descarga — completei. — Eu posso ser loura, mas não sou idiota, Alice. Ainda não entendi qual a sua intenção ao me empurrar para um cara como James! Você não sabe muito bem sobre a pessoa que ele é, de fato, não é?
— Só conheço os bons feitos dele — ela rebateu. — Mas o que importa? Talvez ele precise de uma mulher como você para arrumar a vida dele e talvez seja ele o homem certo para arranjar sua vida.
Não existia homem certo para apagar o meu passado, isso era um fato consumado, mas a inocência de Alice me fazia querer tentar. Apesar de ela ter Jasper Hale como seu namorado desde a época da adolescência, aquilo não significava a mesma coisa. Ela não esteve vulnerável como eu estive.
— Talvez eu deva procurar um psicólogo — comentei para mim mesma, mas Alice captou a mensagem, fez uma careta e não disse mais nada.
Daquela forma, ela continuou a trabalhar no meu cabelo, secando-o e escovando-o com uma habilidade descomunal. Em pouquíssimos minutos, a babyliss passeava em meus fios, deixando-os ondulados e belos, de uma forma que eu só ousaria deixá-los quando me via obrigada a acompanhar a minha família em algum coquetel ou jantar importantíssimo, o que acontecia desde sempre desde o meu debute. Eu reconhecia com facilidade que meus cabelos com aquelas ondas passeando por eles se tornavam ainda mais belos.
Logo, meus cabelos ganharam um penteado fácil de ser desmanchado, caso aquilo fosse, de fato, necessário. Meus fios foram levados para o lado direito da minha cabeça, o que tornava aquele penteado, até, formal demais, mas poderia, facilmente, ser considerado para uma ocasião casual, como era a situação proposta pela minha prima à James. Se aquela noite no teatro acabasse, de fato, em um restaurante requintado, aquilo seria facilmente aceito.
Meus ombros rapidamente arquearam ao notar o resultado final. Eu estava satisfeita com aquilo.
No momento seguinte, vi Irina colocar sua cabeça dentro do meu quarto. Ao longe, eu pude ver que ela aprovava o resultado, dando um sinal de “ok” a Alice.
— Posso cuidar da maquiagem? — minha irmã sugeriu.
Eu já estava vulnerável. Se eu, por algum acaso, não permitisse, me sentiria mal. Eu me conhecia; ficaria com a consciência pesada.
Deixei-me continuar da maneira em que estava. Fazia tempos que não me arrumava para sair com um homem e isso soou diferente para mim, repentinamente. Era como se aquela Tanya que Alice e Irina desenhavam não fosse eu. Estava tão acostumada com os padrões e o dia-a-dia do meu trabalho que imaginar-me saindo apenas para me divertir soava um pouco estranho demais; mas a isso adicionava-se o fato de eu sair com um dos caras mais concorridos de Manhattan. Já até imaginava o que os tabloides me diriam pela manhã, por mais que eu já estivesse acostumada com eles.
Não me reconheci após a maquiagem feita por Irina. Fazia tanto tempo assim que eu não me via daquele jeito que, de fato, parecia que outra mulher surgira e tomara o meu lugar. Eu me senti diferente, cheia de uma confiança diferente daquela que eu costumava ter quando ia defender algum cliente nos Tribunais; eu me senti bem comigo mesma pela primeira vez depois daquele incidente.
Talvez todos estivessem definitivamente certos: os fantasmas do passado deveriam ficar no passado e seja lá qual fosse a intenção de James Gigandet em me convidar para sair, eu aceitaria de bom grado.
Respirei profundamente antes de, enfim, prestar atenção nos elogios de Alice e Irina.
— … obra prima — disse Alice, me fazendo crer que ela tivesse dito que o penteado que fizera em umim era uma verdadeira obra prima, o obra prima dela.
— A maquiagem está impecável — Irina rebateu. — Se não fosse por isso, certamente o seu penteado não valeria nada.
Eu estava certa. Elas discutiam por uma coisa tão incabível que eu sequer conseguia acreditar, mas ambas estavam incrivelmente certas: Irina fizera um ótimo trabalho – a sombra amarronzada em meus olhos realçavam a cor das minhas íris incrivelmente azuis e o batom levemente claro dava ainda mais destaque àquela parte de meu rosto. Mas a peça principal de tudo era o vestido que esperava-me sobre a cama, cada vez mais convidativo.
— Meninas, o trabalho de vocês foi ótimo — eu disse, tentando elogiar a ambas. — Eu estou me sentindo outra pessoa, literalmente.
Não estava mentindo e as duas foram capazes de ver isso em mim, em meus olhos que estavam iluminados, mas, ao mesmo tempo, elas viram que aquela minha recepção acontecera para evitar uma possível briga entre as duas. Minhas palavras, ao mesmo tempo, significavam uma sensação estranha; eu queria ficar um pouco sozinha, não apenas para me vestir, mas também para tomar um choque de confiança; era o mínimo que eu devia a mim mesma.
Elas entenderam. Alice bateu levemente no antebraço de Irina com sua mão direita e ambas saíram daquele cômodo, me deixando inteiramente sozinha.
Naquele momento seguinte, fui até meu closet e peguei uma das minhas compras recentes. Uma das sacolas da Victoria’s Secret passearam nos meus dedos finos, como se estivessem totalmente sem paciência para serem utilizadas. E eu sabia muito bem as peças que ali estavam e suspirei profundamente, argumentando se James valeria tanto a pena.
Uma cinta liga caiu em minhas mãos tão logo abri a embalagem e, em seguida, o conjunto calcinha e sutiã fizeram o mesmo caminho. As três peças eram brancas com detalhes pretos. Fora uma escolha de Irina, já que a muito tempo eu deixara de ter uma vida sexualmente ativa. Já não tinha mais noção sobre baby-dolls ou camisolas, mas contar com a opinião dela era ótimo para mim, principalmente em ocasiões como aquela.
Vesti aquelas peças com rapidez e fechei o closet, em busca do vestido sobre o meu colchão. Eu o vesti também, calçando os sapatos pouco em seguida. Eu era outra pessoa quando tornei a me observar no espelho da penteadeira. O vestido me caíra bem e eu estava mais alta do que estava acostumada a estar.
A confiança brotou em mim de uma forma que eu jamais senti antes.
Fiquei feliz por tal reação e sai do quarto carregando a minha carteira preta e de mão.
— Já era sem tempo — Alice disse, observando-me andar em direção à sala de estar. — Ele está subindo. Tudo o que eu tenho a desejar a vocês é boa sorte e não se comporte.
— Alice! — eu disse, sentindo-me ruborizar.
O meu comportamento dependeria única e exclusivamente do comportamento de James e eu sabia que ele não seria nenhum pouco puritano. Ele jamais era e não seria, jamais, comigo. Eu conhecia bem a peça…
Quando a campainha tocou, eu senti vontade de eu mesma abrir aquela porta e evitar que ele observasse as minhas fadas-madrinhas. Logicamente, eu tinha que dar algum crédito a elas, mas eu me sentia envergonhada sobre isso. Mas Senna foi ainda mais rápida que eu, que mal consegui me mover, e atendeu a porta, como sempre fazia, escancarando a mesma.
Vê-lo de novo, repentinamente, me fez bem. Eu me senti segura; me senti bem.
— Tanya — ele começou, impressionado; ele não precisava dizer mais nada – seu olhar já dizia tudo – e, então, ele sorriu.
Ele estava perfeito. Ou o mais próximo disso possível. E seu perfume, mesmo ao longe, era maravilhoso. A calça jeans – coisa que eu jamais imaginei que ele seria capaz de usar – estava excelente em conjunto com os mocassins, a camisa branca e o blazer. Mesmo ao longe, eu conseguia perceber o quão musculoso ele parecia, passando, naquele momento, uma imagem mais fiel a si que aquela passada nos Tribunais.
Fiquei surpresa por ele lembrar exatamente o prédio em que eu morava. Há muito tempo ele não aparecia ali, sendo que só me levara até a portaria em um momento após um jantar entre amigos em comum. E nós nunca nos consideramos dessa forma porque a conveniência nos deixava afastados um do outro. Objetivamente, aquilo era bom até o momento em que Alice resolveu nos aproximar.
— Vamos? — ele disse, oferecendo-me o braço para seguirmos até o elevador.
Senti uma espécie de choque percorrer a minha espinha quando nos unimos. James era a espécie de homem que carregava consigo aquilo que se nomeava como sex appeal e, provavelmente, era aquilo que atraia as mulheres a sair consigo; além do mais, ele tinha dinheiro e era uma pessoa pública, o que tornava tudo muito atrativo, mas não para mim.
James era diferente de Edward em muitas coisas, a começar pela linha de raciocínio e pelo porte físico. James parecia bem liberal em relação a diversas coisas, enquanto Edward permanecia com sua mentalidade romântica; James possuía um porte físico de causar inveja, ainda que ficasse horas e horas destinando-se ao trabalho e as baladas da vida, enquanto Edward parecia um sujeito quase puritano e era um grande admirador de seus livros, mas quando podia – e quando os plantões médicos não lhe exigiam –, era possível vê-lo praticando natação ou, até mesmo, rúgbi; o primeiro raramente praticava esportes, tal qual o segundo, mas conseguia manter seu porte físico com mais excelência que este.
— Você está linda — ele comentou, quando paramos para pedir o elevador naquele andar novamente. — Não está nada parecida com a Tanya que eu conheço.
Talvez porque a Tanya que vê realmente não seja aquela que você conhece, eu pensei.
Ao invés disso, eu respondi:
— Obrigada.
Ele sorriu em resposta, sendo que aquele foi o momento certo em que o elevador parou no andar do meu apartamento.
Em outros momentos, eu optaria por descer as escadarias, mas naquele, acompanhada, eu dificilmente teria aquela opção como minha aliada. Além do mais, os saltos altos não eram meus amigos com muita frequência e quando optavam por sê-los, era melhor não exigir muito deles.
— Você tem algum plano a vista? — perguntei porque tinha certeza que ele não cumpriria com o acordado.
— Exatamente aquilo que foi combinado com a Alice — ele disse, colocando despreocupadamente as mãos no bolso quando nos soltamos e entramos no elevador. — Não é porque eu sou uma pessoa no Tribunal e levo a minha vida de uma forma desregrada a maior parte do tempo que eu vou deixar de cumprir com a minha palavra.
— E… — eu ia gaguejar.
— Tudo bem, Tanya — ele completou. — Exceto se você quiser mudar meu ponto de vista, eu continuarei com os planos já acordados.
Havia uma faísca nos olhos de James, o que me indicou que ele queria ir muito além que aquilo, que ir assistir a uma peça de teatro e, depois, a um jantar. Entretanto, eu não sabia se conseguiria ir muito além, apesar de repetir mentalmente que sim.
Com aquilo, senti o choque passear por meu corpo. As propostas de James pareciam um pouco tentadoras demais para a minha mente, mas fazia certo tempo que um homem não me tocava por peso do meu passado. Eu estava amedrontada, mas essa era uma coisa que James não precisava saber.
Aquilo não estragaria a minha confiança. Eu só estava especulando uma coisa que com alguma probabilidade mínima poderia acontecer, se eu tivesse algum pouco de sorte.
Eu não entendia muita coisa de carros, para ser, ao meu máximo, sincera; comprara o meu Touareg após Edward indicar-me como um bom carro e meu pai falar que o mesmo era um carro seguro e leve para se dirigir, por maior que o mesmo fosse. Assim que vi o carro de James, eu não reconheci o modelo do mesmo, mas o desenho de sua marca era identificável ao longe – um sedã da Jaguar.
O jovem concierge de meu prédio sorriu-nos quando James e eu passamos pelo hall do prédio, como se previsse que seu serviço, em poucos segundos, seria solicitado. Ele era muito jovem naquele condomínio e parecia conhecer pouco das regras do prédio e personalidades dos moradores que ali viviam; eu mesma mal o tinha cumprimentado na noite anterior. Mas o motorista do Promotor fora mais rápido ao sair daquele carro prata e dar a volta no veículo, abrindo a porta traseira do mesmo para que nós pudéssemos entrar. Ele parecia rígido como uma pedra, de tão sisudo que era, chegando a me passar certo medo, mas adentrei aquele carro, pouco antes de James, aceitando aquilo como se fosse a melhor opção a ser tomada. Instantes depois, o motorista estava de volta ao seu lugar e nós estávamos passando rapidamente por todos os prédios de Manhattan.
Suspirei profundamente.
Naquele momento, eu senti como se James Gigandet era, apenas, uma máscara bem feita ali nos Tribunais. Eu pouco conhecia de sua personalidade fora daquilo tudo – sendo que acompanhava com maior vigor pelos noticiários quando os mesmos relatavam alguma coisa que estava ligada a sua vida pessoal – ainda que eu tivesse vivenciado alguns momentos com ele, mas nunca nada aconteceu entre nós além de um jantar casual entre amigos, no qual ele me trouxe de volta para casa. A conversa seca, naquela ocasião, que só avaliava o nosso trabalho; dessa vez, eu não tinha assunto nenhum.
Mas, logicamente, ele deveria ter assunto de sobra, principalmente conversinhas baratas.
— Você admira musicais?
Fui obrigada a erguer meu olhar de meu colo apenas para observá-lo. Poucos sabiam de minha preferência sobre musicais – e como conhecedores desse fato estavam sobre meu pai e minha mãe – e, com isso, eu optei por achar que aquilo era, basicamente, um chute. E fiquei feliz por alguém me perguntar sobre isso.
— Sim. Estou, há certo tempo, querendo ver Evita, mas eu não consigo parar de trabalhar — eu confessei rigidamente, sentindo que estava um pouco ruborizada, ainda que dissesse a verdade; poucos também conheciam o meu prazer em conhecer um pouco mais sobre a cultura argentina. — Eu não consigo casar meus momentos de lazer com o trabalho.
— Não seja por isso — ele sorriu, pegando a minha mão direita, que repousava entre nós, sobre o banco, e acariciou, o que me deixou complexa e me fez segurar um suspiro; aquele sorriso límpido demonstrava confiança em excesso, como se tudo o que ele fazia fosse a coisa mais certa a se fazer. — Laurent, mude o trajeto. Vá para a Broadway.
O homem negro assentiu rapidamente. Por um breve instante, percebi, de relance, que a ideia de James era nos levar ao Radio City Music Hall, mas que sua tentativa de me agradar nos levava rapidamente a Broadway. Naquele mesmo momento, ele sacou o celular do bolso de sua calça e em poucos segundos o telefone fora levado aos seus ouvidos, no qual começou a falar coisas rápidas e desconexas com uma mulher do outro lado da linha – que parecia exaltada e exaurida.
Quando ele desligou, o impossível parecia ter sido feito; o sorriso brotou em sua face – algo que eu jamais imaginaria ver se estivéssemos exercendo algum trabalho no nosso ramo profissional no momento – e proferiu um simples:
— Resolvido. Iremos à Broadway e jantaremos no Petrossian.
Não importava o quão rica minha família era, a família de James parecia arrecadar, anualmente cinco vezes mais que o dinheiro acumulado pelos negócios de meus pais. Aquilo trazia poder para James e isso só o tornava arriscado demais para se investir. Pelo tom de voz que eu o ouvi falar, senti-o perigoso também.
Eu não arriscaria gastar meu dinheiro no Petrossian por mais que eu tivesse condições monetárias para entrar naquele lugar. Tudo ali girava em torno do dinheiro e do caviar. E era exatamente por isso que eu não gostava de ir aquele lugar; sentia-me melhor se visitasse bistrôs.
Paramos a pouquíssimos metros da Broadway. A fila de entrada estava grande por ser o começo do final de semana. Estava estampado na cara de todos que eles preferiam ir aquele lugar em uma plena sexta-feira para não ter que atrapalhar o andamento do seu sábado ou domingo; e estava claro, mas apenas na cara de alguns, que aquele lugar era entediante e que só estavam ali para acompanhar suas esposas ou um grupo de amigos.
Eu admirava aquele lugar!
Fiquei embasbacada ao ver o tamanho do poder de James e sua família. Nós, tal qual aquilo fosse uma balada de propriedade dos Gigandet, conseguimos adentrar aquele lugar sem precisar pegar fila. Eu achava injusto com as pessoas que estavam esperando ali por longos minutos, mas, provavelmente, ele tinha contato naquele ambiente, o que só me deixou estarrecida.
E só de pensar, eu senti o choque estremecer minha espinha. Mas de uma coisa eu sabia: eu aproveitaria aquilo que James estava me proporcionando até o último momento. Aquela poderia ser a primeira – e a última – vez que uma coisa desse gênero me acontecia.
Enquanto nos dirigíamos a sala que passaria o musical, senti o braço direito de James passar por minhas costas e, em seguida, a sua mão aberta apertar a minha cintura levemente. Fiquei com certa resignação quando tal coisa aconteceu e até pensei em retrucar, mas pensei melhor e deixei passar, mesmo porque James parecia sério demais em relação aquela situação.
Me deixei relaxar.
Aquela noite tinha tudo para dar certo. Aquela noite tinha tudo para amansar o meu ódio.
Depois de anos.
E eu faria de tudo para não estragar a minha noite.
— Está tudo bem, Tanya? — ele perguntou, erguendo levemente a sua testa e fazendo-a ganhar certas marcas de expressão quando nos sentamos na parte superior daquela sala, em um dos melhores lugares. A sala estava basicamente cheia, exceto por alguns poucos lugares vazios.
— Está — respondi, tentando fazer minha voz não parecer trôpega, mas foi impossível.
Quando nos sentamos, lado a lado, ele continuou, se aproximando de minha orelha direita e falou:
— Só farei com você aquilo que estiver dentro das suas pretensões.
Senti-me ruborizar quando as luzes esmaeceram. A vergonha me tomou, mas eu faria de tudo para James não perceber aquele minha situação.
Meu coração bateu mais rápido quando as personagens da trama adentraram o palco. Ver a atuação de Elena Roger como Evita foi uma emoção para mim, principalmente por ela ter retirado aquela visão estranha deixada anteriormente pela Rainha do Pop, e ver o Rick Martin no papel do Che me deixou suspirando; foi um papel merecido à ele. E do jeito que estava em êxtase com o musical, sairia cantando e dançando “Buenos Aires” e “Don’t Cry For Me Argentina” – eu estava exagerando, era fato.
Quando olhei para James ligeiramente, percebi que ele não estivera prestando atenção no espetáculo um só momento. Seus olhos estavam fixados em mim, em minhas pernas parcialmente descobertas, e vez por outra para o meu rosto, que deveria demonstrar alguma coisa parecendo com encanto.
— Vamos sair daqui — ele falou em minha orelha, claramente sedutor.
Eu sorri no escuro, mas eu tinha certeza que ele captou algum outro sinal semelhante que saíra de mim naquele momento.
Rapidamente ele pegou minha mão direita e junto saímos dali, ainda que eu me sentisse totalmente ruborizada. Eu senti meu corpo corresponder a James e sua demonstração de afeto – por mais falso que aquilo fosse – quando saímos dali. Ele parou quando já estávamos do lado externo daquele anfiteatro enorme, antes de chegarmos a saída e me sorriu antes de falar:
— Eu preciso de você, Tanya, agora.
Após sua fala, ele ergueu meu queixo ligeiramente, ainda que eu conseguisse vê-lo perfeitamente, e me deu um beijo profundo, logo após de me dar um beijo nominal. Aquilo me deixou quente e um pouco nervosa, mas fui capaz de, prontamente, corresponde-lo.
Havia um ritmo ali e aquele clima proporcionado por ele era totalmente diferente daquele que eu sentira quando beijei outros homens. Era simplesmente diferente.
O hálito de menta que saía da boca dele casava perfeitamente com o aroma de frutas vermelhas que saia da minha; mas não só por isso – seus lábios se encaixavam perfeitamente nos meus. Aquilo me causava estranheza e eu achava diferente, ao mesmo tempo. Até a sintonia entre nós era complexa.
Quando desatamos aquele beijo, ele segurou minha mão esquerda entre os dedos indicador e médio da sua mão direita, olhando fixamente antes de me perguntar:
— Para onde quer ir?
— Me leve para onde você quer me levar — eu respondi, sentindo que minhas palavras eram carregadas de duplo sentido.
O sorriso dele, belo e muito branco, apareceu rapidamente e dessa vez nós saímos rapidamente daquele lugar, apenas um pouco depois de ele avisar seu motorista que ele deveria estar ali em pouquíssimos minutos. Em momento algum, James soltou a minha mão e eu achei aquele ato um pouco estranho partindo dele. Era daquela forma que ele tratava todas as mulheres que conquistava e, depois, dormia? Se fosse dessa forma realmente, estava explicado o por que ele, com facilidade, era retratado como destruidor de corações.
Quando adentramos seu carro, ele tomou-me em seu colo e deu-me outro beijo abrasador, estendendo aquela sensação maravilhosa para o meu pescoço e a parte descoberta de minha clavícula, o que me fez sentir uma sensação diferente percorrer a minha espinha.
— Você gosta disso, não é? — ele disse, sorrindo de um modo bem cafajeste.
Ai, meu pai, eu pensei naquele momento.
Repentinamente, eu não me importei com o motorista a nossa frente. O que me importava realmente eram os carinhos feitos por James no lado interno de minha coxa direita e o quanto aquilo me deixava afoita se somado com os beijos que ele me dava e que, consequentemente, tiravam o meu fôlego.
Naquele momento, eu soube: os planos de irmos ao Petrossian foram totalmente para os ares.
Quando notei, nós estávamos pertíssimo da Quinta Avenida. Eu sempre soube que o apartamento de James ficava naquela região e todos os nossos amigos em comum comentavam-me que o seu apartamento dava uma visão privilegiada do Empire State Building por estar em um prédio que ficava muito perto dali. Só não sabia o quão perto era.
Suspirei profundamente antes de aceitar a mão dele para sair daquele carro, já quando estávamos no estacionamento daquele condomínio, que ficava no subsolo.
Estava certa: aquele momento era o meu momento de dizer sim ou não. E eu aceitei a mão solidária de James. Eu estava pronta para dizer sim novamente e esquecer todas as porcarias que aconteceram em meu passado.
 
 
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