29 de set. de 2013

Novidades: Postagens

Gente, olha eu aqui de novo! :D

*sorri largamente como se nada tivesse acontecido*

Oka, eu sei que vocês falarão que foi uma baita injustiça da minha parte e que eu sumi de uma hora para a outra sem dar um mínimo de explicação. Mas eu tenho uma explicação, antes que vocês falem que eu não tenho. (rs) Amores da minha vida inteira ('-'), eu estou um pouco sem tempo nessas últimas semanas, porque eu juro que tentei, juro mesmo, mas não consegui administrar o fato de ir para o trabalho, depois para a faculdade, ouvir um monte em casa por conta de uns problemas que eu juro que não vale a pena vocês esquentarem a cabeça - até porque não é nada diretamente ligado a minha pessoa -, fazer Iniciação Científica, ir ao curso, pensar no TCC - que está chegando, ano que vem '-' e o orientador e o tema já foi escolhido e adivinhem: é sobre fics -, dentre outras coisas pessoais. Ufa! Cansei. De qualquer forma, agora vocês sabem que eu não abandonei vocês, alright? Estou aqui, com menos frequência, óbvio, mas estou aqui -qq

Mas nesse meio tempo, andei rascunhando por ai e tentei fazer um capítulo bônus para L&H, meio sem sucesso. Então, vou arrastar essa parte um pouco mais para frente e vou seguir com a ideia inicial. Na verdade, esse capítulo bônus seria utilizado mais para frente para fazer uma história sob o P.O.V. da Bella. :D

Então, creio eu, que começarei a fazer postagens semanais para minhas fics; assim, revesarei entre L&H e OADN, porque ai me dedico a semana inteira para um capitulo de cada história ç_ç Sei que tenho pessoas que preferem uma a outra, mas peço paciência. Começarei com L&H, porque ela é a que devo postagens, for a while, e assim sucessivamente. E tentarei deixar adiantado, mesmo estando em semana de provas.

I'm so sorry about it, oka? ._.'
That's all, folks.


26 de ago. de 2013

Fanfic: O Anel de Noivado - Songs - Capítulo 3

People, como eu havia prometido no post anterior, eu resolvi apenas fazer previews dos capítulos aqui no blog, apenas para me economizar um pouco o tempo, pois ele está um pouco corrido para mim, infelizmente. Então, para recompensar isso, começarei a fazer postagens regulares sobre as músicas que me inspiraram ao longo dos capítulos. Espero que gostem da minha escolha.

Libra - Âncora


Lifehouse (feat. Natasha Bedingfield) - Between the Raindrops

HIM - Strange World


Christina Perri - Arms

Hana Pestle - These Two Hands

Ben Moody (feat. Anastacia) - Everything Burns

Boyce Avenue & Fifth Harmony - Mirrors (Justin Timberlake Cover)


Fanfic: O Anel de Noivado - Preview

Ciao, bella gente del mio cuore! Come stai? #raízes  
Decidi-me não mais colocar a história por completo aqui, pois é mais viável, por enquanto, postar em um só lugar, por motivos quase óbvios. Eu estou sem muito tempo por causa da faculdade, do trabalho e da iniciação cientifica, então decidi-me colocar uma preview aqui e postar a história completa no Nyah! Portanto, espero que não fiquem com raiva de mim, mas informo que a minha preview é, basicamente, as falas, ainda por cima em um resumo - ou seja, não colocarei todas as falas ou vocês já sabem: a história perde a graça. Então, já informando aqui, essa será uma base para OADN e L&H - que por causa de um erro de gravação no meu tablet em relação ao pendrive, eu acabei perdendo o Bônus que faria sob o ponto de vista da Bella; a sorte é que eu tenho a ideia montada. Assim, a minha intenção é, já que estou fazendo a postagem apenas em uma prévia, presentear a todos vocês com as músicas que me inspirei para fazer o capítulo e, tãdã, eu já farei isso.
Espero que vocês gostem do capítulo. 

— Capítulo 03 ∞ Desavenças

Preview

(...)
— Ok — James disse, quando aproximava-nos do pequeno centro da cidade —, eu peço-lhe desculpas novamente, Tanya. Eu não conseguiria imaginar que você, sendo quem é, tivesse medo de uma direção perigosa.
— Ao menos, há um ponto positivo nisso — eu falei, tentando soar o máximo debochada possível —: chegamos em menos de uma hora em Vernon Valley, o que me deixa para lá de satisfeita, se é isso o que você quer saber.
(...)
— Não acredito que, de fato, você será extremista, Tanya.
— Se você não facilita nada, James, sim, eu serei — falei, quase sibilando, se isso fosse totalmente possível.
(...)
— Você está me machucando, James — eu falei, travando a minha mandíbula e, assim, eu gritei ao léu, sabendo que dificilmente alguém me ouviria no meio do nada: — E você não manda em mim.
— Só estou falando para você retornar ao carro, Tanya — ele falou, igualmente entredentes.
(...)
— Sinceramente, eu não entendo. Por que você faz isso comigo? Como você faz tudo isso comigo e acha que tudo sempre será maravilhas? Por que me deixa tão louco, tão puto da vida comigo mesmo, como se eu fosse o único errado da história? Você também tem a sua parcela de culpa em tudo isso, Tanya! — ele passou a mão direita em seu rosto, como se tentasse esconder a sua máscara frustrada de mim, mas não conseguindo, secou suas lágrimas, tentando se contentar. — Eu gostaria de compreender melhor sobre sentimentos, mas eu nunca tive uma experiência como essa antes. Estou frustrado comigo mesmo, porque a única coisa que estou fazendo ultimamente é pensar em você e isso não é de hoje. Todos os dias, desde o primeiro momento em que te vi, eu fiquei imaginando como seria ter você perto de mim, como seria tocar-te ou beijar-te, mas agora que eu sei como é essa sensação, eu não quero e não vou mais esquecer. Você, nem de perto, é como as outras que estiveram comigo.
(...)
— TANYA! — ouvi Edward gritar ao longe, mas sua voz ficada cada vez mais perto a medida que ele falava o meu nome, o que me fez, prontamente, me afastar de James. — AFASTE-SE JÁ DESSE SUJEITO! ALIÁS, O QUE ELE ESTÁ FAZENDO AQUI!?
— QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA FALAR COM A TANYA DESSA FORMA? — James gritou a mesma medida, fazendo-me, prontamente, colocar-me entre eles. — ELA NÃO É NENHUM BRINQUEDO SEU PARA VOCÊ TENTAR MANIPULÁ-LA!
— QUEM SOU EU? — Edward gritou novamente, no mesmo tom em que começaram aquela discussão. — FALE PARA ELE QUEM SOU EU, TANYA! VAMOS, FALE! OU VOCÊ ESTÁ COM MEDO DELE E QUER QUE EU FALE QUEM SOU EU?
— Você! Você é meu primo e não meu dono, Edward. Então, você não tem que decidir nada por mim, pois sou maior de idade, se você já se esqueceu disso.
— O QUE, TANYA?! — Edward gritou quase perto dos meus ouvidos.
(...)
— Eu já disse que isso não é importante para você, Edward — eu tentei falar, mas minha voz saiu abafada, pois a cada instante eu o sentia mais próximo de mim, olhando-me do alto, já que ele era mais que cinco centímetros mais alto que eu. — E faça o favor de se controlar, pois eu não estou gritando com você.
(...)
— O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA? — eu gritei para Edward. — QUE PORCARIA, EDWARD! PARE DE SER INFANTIL E AJA COMO UMA PESSOA ADULTA! EU SEQUER SEI O MOTIVO DE TANTA… IDIOTICE!
(...)
— Guarde suas coisas em seu quarto enquanto Carlisle dá um jeito no ferimento de James, minha querida, então tome banho e desça para se juntar a nós no almoço, se você estiver com vontade, depois dessa… situação embaraçosa.
(...)
— Eu não consigo suportar a ideia de você ter dormido com outro homem, Tanya. Fico apavorado só de pensar nessa situação, principalmente por saber que você sempre esteve destinado a mim e eu sempre rejeitei essa ideia.
(...)
— Edward, pare com isso, por favor — eu disse, segurando as minhas lágrimas. — Você irá tomar uma mulher como noiva em algumas horas e com isso eu não vou conseguir lutar. Eu conheço você bem o suficiente para saber que você não desistirá desse noivado e sei tão bem disso que você me quererá, se ainda quiser depois disso tudo, como a outra. Não suporto uma coisa dessas. Além do mais, nós não podemos ter nada ainda, não sem eu falar para James que o que tivemos acabou hoje e, também, se você não terminar com Isabella; se fizemos algo antes disso, estaremos agindo erroneamente e, infelizmente, eu sei que você não terá coragem o suficiente para terminar com sua namorada.

19 de ago. de 2013

Fanfic: Liebe und Hass - Trailer

Estou babando pelo trailer *-* Obrigada Izis, do SMD por fazê-lo. Lindo, lindo, lindo! 


11 de ago. de 2013

O meu mundo não é como o dos outros...

O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!
Florbela Espanca

Ando com uma vontade tão grande...

Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber.
Caio Fernando Abreu

FANFIC: Liebe und Hass — Capitulo IV

Demorei, mas cheguei. Desculpem-me por isso, mas o tempo corre contra mim, então agora estou aqui, entregando esse capítulo que acabou de sair do forninho, literalmente falando. Espero que gostem! See you soon!


O carro seguiu com rapidez por todas as ruas de Oxford. Entretanto, as ruas não estavam nuas: os automóveis e pessoas inglesas estavam ali, mas andavam com mais rapidez do que eu presenciava ali era totalmente diferente da encontrada em Londres, simplesmente porque as calçadas e as ruas eram igualmente mais limpas de gente e automóveis.
Aquela cidadela, por mais que tivesse mais de cem mil habitantes, poderia ser comparada com facilidade a uma melodia calma de alguma música de British Pop, como Fix You, do Coldplay, e ficando agitada o suficiente à medida que nos aproximávamos da Universidade de Oxford, ganhando um ar quase parecido ao apresentado na música Stop Crying Your Heart Out, do Oasis, que começava a ficar agitada aos poucos, tal qual o ritmo dos alunos, de uma forma quase imperceptível a olhos comunais, que não percebia as coisas atentamente, como eu fazia.
Vez por outra, eu conseguia perceber um grupo de amigos que conversavam, provavelmente, sobre coisas banais, pois sorriam; a juventude dessa época contrastava de forma estranha com a juventude de minha época de graduando, há quase dezoito anos atrás: nós corríamos contra o tempo, fazíamos a coisa funcionar por nosso esforço e muitas vezes, quando encontrávamos pessoas desinteressadas em sua graduação, ficávamos estressados, principalmente quando haviam as apresentações em grupo, pois não gostávamos de pessoas interesseiras. Eu não sabia se a coisa mudara de fato, mas era o que parecia, ainda mais depois da imagem que eu capitara ali, em Oxford.
O carro começou a parar aos poucos, o que despertou-me de meus devaneios, e logo percebi que estávamos próximo ao portal da Universidade, onde estavam muitos outros carros estacionados, dentre eles os velhos e os novos. Aquela era uma das partes que detinham grande movimento e eu sabia que conseguiria passar despercebido com facilidade, ainda que tivesse uma altura e aparência bem diferente de um aluno de graduação, parecendo-me muito mais com um professor de Mestrado. Isso não era importante para mim, ainda mais sabendo que precisava conhecer o futuro ambiente em que a minha Isabella trabalharia e precisava saber se ela seria forte o suficiente para aturar o clima aterrorizador daquela cidade, aparentemente fria, por mais que fosse quase metade do ano, já que ela era acostumada com o clima em Massachusetts, que aquele momento também iria começar a receber o verão.
Optei por esperar um pouco dentro do carro, dando instruções ao motorista sobre ele continuar na redondeza e sempre do lado interno do veículo, pois eu tinha a intenção de não me demorar muito; além disso, por ser a hora do início das aulas do vespertino, era perceptível que aquilo seria idiotice da minha parte – era o mesmo que querer chamar atenção.
Passaram-se quase meia-hora até a situação, ali do lado de fora, melhorar. Então, sem mais delongas, resolvi sair do veículo, observando que, de fato, a maior parte dos alunos foram direcionados para suas aulas, e segui pelo caminho de pedra sem esperar muita coisa. Entretanto, naquele momento, meu celular tornou a vibrar, indicando-me que além da recém-chegada, eu era presenteado com quase vinte ligações e mais sete mensagens, a maior parte vindo de minha prima, Caius ou Marcus, sendo a mensagem da primeira remetente a mais recente. Eu não iria verificar nada que estivesse correlacionado ao meu trabalho naquele momento quase sagrado para mim, mas eu pressentia que no que se tratava à Athenodora, a situação era um pouco preocupante ou era algo, por remoto que fosse, ligado a minha Isabella.
Minha prima parecia prontamente preocupada com a minha pessoa em sua mensagem, o que me deixou, de certa forma, afoito por responde-la, fazendo-me sentar em um banco daquele amplo pátio apenas para responde-la. Ela me mandara:
Primo, você está incomunicável. O que aconteceu?
Respondi-a prontamente, tentando não me deixar abater por sua mensagem:
Estive em um almoço com Rosalie Hale e ela deve ser bipolar, por aceitar o que eu a falei. Aconteceu algo? Estou em Oxford agora.
Prontamente, ela tornou a me responder, fazendo-me crer que ela não se separara de seu celular um só segundo. Sua mensagem expressava um desespero que eu jamais imaginei conseguir ver em minha prima, uma só vez em minha vida:
Algo aconteceu com Demitri e foi algo grave. Sulpicia está no hospital com ele. E nós, sinceramente, não sabemos o que aconteceu com seu irmão, Ed.
Engoli seco, forçando minha mão direita sobre o banco de madeira, buscando alguma espécie de suporte para não andar erroneamente por ali e por aqui. Era evidente que Athenodora não estava brincando em sua mensagem, simplesmente porque seu tom era tão sério que eu jamais fora capaz de vê-la ou ouvi-la daquela forma; isso tudo me deixou tenso demais, até para pensar em alguma coisa racional.
Minha vida estava girando em torno de desastres. E esses desencontros não eram muito interessantes: só serviam para me deixar estressado, ainda mais do que eu já estava.
Tão logo, mesmo que eu não tivesse lhe mandado mensagem alguma para confirmar minha ciência em relação a sua mensagem, Athenodora enviara-me outra mensagem e eu pude considera-la, com aquilo, de fato, desesperada:
Estou indo a Oxford e talvez seja hora de irmos a Liechtenstein. A coisa é grave. Precisaremos resolver coisas sobre os negócios depois.
Senti o frio percorrer a minha espinha. Para minha prima cogitar que eu devesse deixar os negócios em Londres e voltar para Vaduz o quanto antes, de fato o que acontecera ao meu irmão deixara-a preocupada. A situação deveria ser grave, mas antes de qualquer coisa, eu precisava pensar não só em Demitri, como também no que eu estava passando naquele momento, no meu presente, já que muito em breve eu me encontraria com a minha Isabella, pois eu era um homem de palavras e não seria a saúde de Demitri, por mais debilitada que esta estivesse, que me impediria de seguir em frente. E que os tabloides liechtensteinienses falassem o que quisessem. E, tampouco, não seria a porra de uma lei que me colocaria contra tudo o que estivesse relacionado a mulher que eu amava.
EU ESTAVA CANSADO DE SER FEITO DE OTÁRIO: FOSSE POR MEUS PAIS, MEU IRMÃO OU UMA LEI IDIOTA. EU ESTAVA FARTO.
Não estava completamente sensibilizado em relação a Demitri, mas a curiosidade me matava pouco a pouco. Nós dois poderíamos ser gêmeos, mas, talvez, por sermos bivitelinos, éramos tão distantes, não só ao condizente a aparência – exceto por nossos olhos claros e o porte físico semelhante – como também no modo de pensar e de agir; eu nunca cheguei a pensar se tínhamos algum tipo de semelhança a mais: nós, tampouco, tínhamos, na nossa infância, aquela química que sempre disseram-nos que os gêmeos tem a capacidade de ter – aquela, sobre pressentirmos o que acontecia um com o outro –, então, muito provavelmente, nós continuaríamos daquela forma ainda quando adultos. Na verdade, eu sempre pensei em Demitri como um colega, enquanto ele pensava em mim como um inimigo, já que o mundo, no que dizia a herança do trono, se voltava para mim desde muito pequeno; certamente, ele pegou raiva da nobreza depois, por repugnar tal cargo de Monarca – ou fingia muito bem.
Mal me deixei relaxar, após colocar meu celular de volta ao bolso da calça, e ele tornou a vibrar, indicando, daquela vez, que eu não recebia uma mensagem, mas sim uma ligação. Era Caius daquela vez e depois de toda aquela situação que me fora causada por Athenodora, o mínimo que eu poderia fazer era atende-lo, justamente para tentar me aliviar no que se referia ao meu nervosismo, que já estava a flor-da-pele. Talvez ele tivesse consigo algumas notícias de Demitri que, de fato, valeriam a pena:
— Eddie? — ele me chamou pelo apelido que eu detestava, mas foi de uma forma tão polida que eu imaginei que ele, tão logo, queria algo relacionado aos trabalhos que eu deveria desenvolver em Londres.
Respondi-o prontamente:
— Caius, sim, sou eu. Pelo visto não está me ligando para falar algo sobre Demitri.
— O quê? Eu jamais ligaria para você para falar sobre Demitri — ele bufou, então deixou o assunto que falaria comigo ligeiramente de lado e continuou no que eu estava propondo-o. — Aliás, aconteceu alguma coisa com seu irmão, Eddie? Quer dizer, algo que não esteja relacionado ao que ele comumente está envolvido? Eu não sei de nada, também, simplesmente porque estava em uma reunião que o senhor me mandou participar, meses atrás, junto com a senhora sua tia, Renata. E eu gostaria muito que vocês se reconciliassem: ela está muito mal, seja lá o motivo da briga de vocês.
Eu não segurei o meu bravejo:
— Isso agora é sobre Renata também? Se você quer saber o porquê estou frio com ela, o motivo é o seguinte, Caius: ela guarda consigo um segredo relacionado a secretária dela e que tem a ver com a época em que meu pai ainda estava vivo. É o suficiente para você, meu caro amigo?
— Quer que eu corra atrás do assunto? Ou sobre informações sobre Demitri?
— Não precisa — continuei, entredentes. — Sobre meu pai, eu mesmo correrei atrás da notícia, mas no que é condizente a Demitri, Athenodora está vindo para Oxford e nos deixaremos a par de notícias juntos: ela também está preocupado com meu irmão.
Eu não esperei por uma resposta de Caius, pois sabia que aquilo seria ainda mais estressante para mim, então desliguei aquela ligação com o deslizar de um dedo meu sobre aquele celular. Caius, a maior parte das vezes, parecia ser bem solicito, principalmente no que estava condizente a Athenodora, mas no que se tratava a Sulpicia ou Demitri e Liechtenstein, a coisa mudava de lugar, ainda mais após a morte de meus pais. Athenodora, Felix, Sulpicia, Rennznata e Demitri eram minha única família e eu não gostaria de ser uma pessoa sozinha. De qualquer forma, eu não queria ser o único a dar continuidade aos Svensson Baumgartner; caso o que tivera acontecido com Demitri fosse muito grave e mais para o futuro algo me acontecesse também, o que eu não queria que me acontecesse, o trono seria direcionado para algum parente mais próximo de mim e que não tivesse renunciado ao seu nome para se casar (como foi o caso de Sulpícia), o que, dessa forma, faria o trono de nossa família, automaticamente, ser direcionado à Renata.
E alguma coisa me dizia que se o trono de Liechtenstein fosse direcionado a Renata, a vida daquele país seria um caos na terra.
Não que eu fosse preconceituoso, mas Renata não teria jeito para aquilo. Ela não fora criada para tanto e jamais se dedicaria fielmente a burocracia presente em nosso país: antes de qualquer coisa, ela mal creditava o país em que nascera, buscando convencer seus pais a enviarem-na para a França para aprimorar seus estudos na Sourbonne.
Mas fui obrigado a sair de meus devaneios quando notei que era observado, ou melhor colocando-me: perfurado. Rosalie estava a minha frente, contra a outra parede, vigiando-me, provavelmente, desde o momento que adentrei Oxford e pelo jeito que me observava, eu tive certeza absoluta de que aquilo significava que não tinha nada a ver com o fato de ela me guiar ao auditório correto, onde eu veria minha Bella articular sua tese tão perfeitamente, da mesma forma que ela era capaz de fazer quando ainda estávamos no início de nosso Doutorado, sendo capaz de causar inveja aos seus espectadores, inclusive (eu quase tinha certeza) a Rosalie.
Logo, a loura sentou-se ao meu lado e começou a bater seus peep-toes sobre o piso de pedra, fazendo um barulho chato de se ouvir:
— Você chegou rápido demais aqui, não? — perguntei, com deboche, e ficando ainda mais irritado com o barulho de seus saltos.
— Se você tiver um padrasto vulnerável a ameaças, ainda mais quando você sabe demais sobre as traições dele contra sua mãe, e ele tem um montante de carros guardados na garagem da matriz de sua empresa, esperando um dia para serem estreados, não, não cheguei rápido demais — ela respondeu, com os lábios sendo preenchidos por seu sorriso enquanto encaracolava as pontas de seu cabelo. — A Bella está se preparando psicologicamente para a mesa redonda faz algum tempo e se eu fosse boazinha com ambas as partes, eu até levaria você até ela, mas…
— Eu quero vê-la.
— Sim, eu sei. E talvez isso seja possível, já que eu levei Jacob hoje cedo ao aeroporto, já que ele precisava dar continuidade em seu projeto de mestrado junto ao seu professor orientador.
— É muito melhor do que eu pensava — eu disse, quase radiante. — Dessa forma, eu posso me aproximar da minha Bella sem que não haja nenhum empecilho à minha volta, mas não que o tal Jacob fosse atrapalhar a minha aproximação.
— Talvez ele não atrapalhe-a, mas eu sou um caso à parte.
Senti meus músculos dos braços se retesarem quando eu fechei a minha mão com a maior força que podia. Eu comecei a sentir raiva – raiva de Rosalie – por ser uma mentirosa de mão cheia, ainda que eu soubesse que não era uma boa ideia confiar nela. Eu não era tão fraco ou idiota o suficiente para não perceber que eu estava sendo usado como uma isca para ela, mas ao contrário do que ela pensava, eu não faria parte de sua brincadeira de gato e rato.
Contudo, eu imaginei que ela viria com seu discurso, como se se sentisse uma vencedora, antes mesmo de a vitória ser anunciada:
— Talvez você tenha me comprado por algumas horas, mas não o suficiente para eu acordar e ver a realidade. Eu não sei se você percebeu, mas a Profª Drª Isabella Marie Swan é forte o suficiente para segurar as pontas sozinha — ela bravejou, não muito alto, mas continuou. — Faça o favor, para você mesmo, de tentar parar agir como um babaca, como um cão arrependido, e encare os fatos, pois eles serão simplesmente melhores para você.
— Não há nada que você me diga que me fará desistir da minha Bells. Isso não é sobre um pronome de tratamento, é sobre a pessoa que estamos falando, uma pessoa cheia de sentimentos que merece uma explicação.
— Encare os fatos, Edward sei lá das quantas e preste bem a sua atenção nos fatos que contarei agora: eu conheço a Bella há uma boa parcela de tempo e sei muito mais sobre ela que você. Sei o que ela passou quando a mãe dela ficou doente e faleceu, deixando o Emm sob os cuidados dela e de Jasper, além de serem abandonados pelo pai quando ela tinha quinze anos. Isso tudo, ela superou sozinha, remoendo tudo quase todos os dias. Tudo só tornou a desandar depois que vocês se conheceram e você a deixou, deitada em uma cama de hotel em Toronto: veio a doença dela, avassaladora, e o a…
— E o quê? — perguntei-a, preocupado, erguendo-me daquele assento e parando a frente dela, o que a fez erguer o olhar para me observar atentamente. Ela demorou a me responder e eu refrisei: — O que veio depois, Rosalie?
— Eu não tenho a permissão para falar sobre isso, Edward.
— Rosalie… — eu rosnei, com raiva não só dela, mas também de todos os outros que eu já conversara naquele dia, como era o caso de Renata, que me deixara frustrado com o fato de esconder-me, por tantos anos, um segredo em relação ao meu pai. — Estou cansado de as pessoas. Cansei de ver as pessoas em que eu mais confiava deixar-me para trás por causa de uma mentira ou por estarem escondendo segredos que condizem a mim também como se isso fosse a coisa mais natural do mundo.
— Uhn, que interessante, Edward sei lá das quantas. O que você quer saber, hein? O que você quer saber sobre a Bella que ninguém sabe, nem mesmo os espiões filhos-da-puta que você colocou sobre ela, tirando-a toda a privacidade que tinha? O que você quer saber, hein? — ela bufou rapidamente e então continuou, ficando em pé a minha frente. — Isso é e foi demais para mim e para todos nós, não apenas para você. Aliás, por que você deseja tanto se reencontrar com a Bella?! Para provar que não é o fraco que todos pensam? Você é um nada.
Naquele momento, eu pensei: So ein Mist.
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TRADUÇÃO (Livre):
So ein Mist: do alemão, a expressão significa Que Merda!
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Estava na cara dela que não importava-a quem eu era, ela tomaria todas as dores de Isabella para tentar protege-la. Era, de fato, como se Rosalie fosse uma reencarnação de minha Isabella em uma versão oxigenada e mais bruta, também, e por isso eu achava que não era à toa que elas se consideravam irmãs, mas aquilo tudo era demais, inclusive, para a minha cabeça, o que só fazia-me tentar me controlar para não me ver enervado.
Aquele seria um caminho tortuoso, mas eu precisava passar por ele se eu quisesse ver a minha Isabella novamente, apesar de eu não gostar da novidade que me era transmitida por Rosalie, uma espécie loira e três vezes mais difícil que a minha Isabella. Contudo, por mais que não gostasse daquilo, deixei Rosalie prosseguir com seu discurso até que ela aparentasse cansaço por tanto falar.
— Pronto? — relaxado, eu perguntei, sem me preocupar que tão logo ela poderia dar continuidade em suas falas dramatizadas; quando percebi que, de fato, ela se calara, continuei. — É ótimo que você tenha terminado o seu drama. Você não sabe um mínimo da minha vida, Rosalie, para saber se eu sou o certo ou o errado da história. Existem diversos pontos de vista que demonstram que eu estive certo e diversos outros que me falam que sou o errado, como o seu próprio ponto de vista. É tão simples de entender, ao menos para mim, porque tudo o que me diz agora, eu já ouvi de outras pessoas anteriormente.
— Valeu, Majestade. Foi muito construtivo ouvir sua opinião, mas para mim não dá para ouvir seus tormentos e deixar passar em branco como se fosse a coisa mais natural do mundo; isso não é possível. Eu sou a defensora de Bella e mesmo que ela não pense dessa forma, não vou deixa-la se aproximar de você; talvez, há algumas horas atrás, eu fosse capaz de fazer isso, mas agora, não creio que isso seja possível. E não peço desculpas por isso.
— Crenças, e não peço desculpas por isso também, não são reais.
— A Bella não acreditará em você; ela não acreditará em suas mentiras.
— Eu confesso que menti e que tive a minha parcela de culpa. De qualquer forma, eu não foi o único a mentir nessa história toda: vocês mentiram para mim também.
— Talvez porque não tivéssemos confiança em você e tivéssemos razão — ela sibilou e eu notei seu rosto ficando vermelho, por causa do nervoso que estava sentindo. — Eu sempre soube, de qualquer forma, que quando e se você voltasse, agiria conforme o clichê social: fará tudo parecer um inferno e você se sairá, ou imagina que será assim, como o bonzinho da história. Isso não soa bem assim para o meu lado.
Não queria reouvir aquele discurso, mas eu jurei para mim mesmo que aquelas seriam minhas últimas falas para ela. Retruquei-a prontamente:
— Eu não quero mais ouvir isso: é ignorância em excesso para uma só pessoa. De qualquer forma, apenas para frisar, eu sei que não sairei como bonzinho, ainda que apresente a minha verdade na história — eu disse, segurando-me para não me enervar ainda mais e, por isso, sentindo as unhas cravando as minhas palmas das mãos. — E mesmo que eu saiba que você não quer se informar de uma coisa, eu te direi, Rosalie: não vou ficar aqui quebrando a cabeça contigo, ouvindo um julgamento seu sobre um possível parecer da minha Bella.
Não me preocupava com os pré-julgamentos de Rosalie. Aquilo era tão pouco importante para mim que eu desconsiderava qualquer pensamento dela sobre a minha pessoa. Naquele momento, o pensamento de Bella sobre mim valia a pena e nada, senão aquilo, me faria parar.
Dei-lhe as costas e no instante seguinte, eu já me misturava aos estudantes de Oxford, como um dia eu fora. Mas eu era um destaque dentre eles por minha diferença de porte físico.
Logo, após a indicação de alguns estudantes, adentrei alguns corredores suntuosos e sai em um último, no qual havia a indicação, em uma placa metálica, sobre os diversos encontros relacionados a Linguística e Literatura; ali também indicava-se o nome completo de Isabella e mais alguns teóricos de sua área e o assunto que falariam – a transfiguração de obras literárias para a mídia televisiva.
Naquele instante, eu parei, refreado pelo desespero, ainda que soubesse que, dificilmente, encontraria a sala vazia. E foi dessa forma, de fato, que encontrei a sala, com algumas poucas cadeiras, ao longo do auditório, vazias. E por ali optei por ficar, até o horário de início do primeiro ciclo de mesas redondas, que iniciaram-se dali uma hora, após uma apresentação do desenvolvedor de tal projeto.
O coordenador daquele projeto, eu conhecia por nome, remotamente. Era um especialista da área de Linguística e que era requisitado por isso. Àquela altura, o tempo havia-lhe passado e seus cabelos estavam totalmente grisalhos, mas ainda vastos, sobre a cabeça. Apesar de não aparentar, eu sabia que aquele senhor estava na casa dos oitenta anos.
Eu admirava aquele homem por sua teoria e conhecimento; daquela forma, optei por observá-lo durante a abertura daquele evento, que durou tão somente meia-hora, sendo suficientemente favorecedor apesar do pouco tempo que se prolongou, ainda mais por ser capaz não só refrescar a minha memória em relação a minha área de estudo, mas também por me fazer esquecer os problemas, como Rosalie e Demitri.
Quando o palestrante finalizou seus deveres, o auditório começou a esvaziar aos poucos e eu comecei a sentir meu celular das seus sinais de vida, indicando uma mensagem, de Athenodora, novamente. Ali estava minimamente escrito:
Espero-te no carro.
Enrijeci. Não esperava que fosse tão grave aquela situação ao ponto de ela cumprir com o proposto em suas mensagens. Mas, naquele momento, eu sabia que eu precisava voltar ao real. Não haveria palestra que me faria esquecer os problemas, mesmo porque eles existiam aos montes para eu fingir que eles não existiam.
Ergui-me de meu assento e rumei porta a fora rapidamente, deparando-me com uma multidão que conversava perto de uma grande mesa, sobre a qual estava servido o coffee break. Rapidamente, passei quase despercebido por entre eles, exceto por algumas pisadas em meus pés e recebendo um pedido de desculpas por isso, vez por outra. Entretanto, logo eu estava fora dali, voltando a andar com rapidez por aqueles mesmos corredores pelos quais andei.
Definitivamente, eu precisava de um cigarro, o mais urgente possível. A minha solução era fumar para ficar sem me estressar ou descontar tudo sobre Athenodora quando a visse, o que não seria uma boa opção. Eu já estava mal o suficiente, então sabia muito bem que ficaria pior se descontasse alguma coisa em minha prima depois, pela consciência pesada que teria depois.
Mas andar distraidamente e frustrado tinha suas consequências: quando despertei de meus devaneios, notei os cabelos castanhos, na altura dos ombros naquele momento, logo a minha frente, sendo que a dona era de um porte físico semelhante ao de minha Isabella. Eu estaria muito enganado, redondamente enganado, se a pessoa ali, andando a passadas rápidas, não fosse minha Bells. Parecia que ela queria fugir daquele local, a passadas rápidas, esquecendo para trás alguma coisa que a deixasse completamente frustrada.
Então, assim que parou, ela, tão logo, buscava a parede mais próxima com a mão direita, na intenção de se proteger; com a outra mão, ela começou a massagear as têmporas, como indicasse que sua dor de cabeça estava fortíssima. Não minorei-me: acelerei meus passos e chamei-a:
— Isabella.
Com o meu chamado, em um gesto sutil, ela virou seu rosto em minha direção enquanto eu me aproximava ainda mais dela, parando a pouquíssimos passos dela, ficando logo a sua frente. Eu estendi minha mão a ela para lhe acariciar o rosto, mas eu senti o tabefe, cheio de raiva, parar a minha mão, na tentativa de me afastar:
— Quem você pensa que é para querer me acarinhar depois de tanto tempo?
Eu senti o tom da anátema em sua voz. Ela me queria longe dela ou eu sofreria suas consequências, se bem eu achasse que não existia motivação em sua voz para tal coisa, afinal, até poucos minutos antes, seu corpo estava-a obrigando a parar – basicamente, seguindo uma regra pré-disposta: responda as mensagens que seu corpo lhe envia e pare ou ele, por conta própria, irá te parar – e eu tinha certeza que ela não parara desde o momento em que descobrira sua doença, sequer para tirar um ou dois dias para descansar. E eu senti o peso em minhas costas naquele momento, pois se não fosse por tê-la abandonado naquela noite, em Toronto, certamente ela estaria mais saudável – eu a teria forçado a se cuidar e não aceitaria um não como resposta. Mas eu senti sua raiva em suas palavras: ela, até, poderia nutrir algo bom por mim, mas, ao mesmo tempo, eu tinha certeza de que seu amor por mim havia se desestabilizado por influência do seu ódio por mim. E eu não gostei nada, nada de capturar tal informação.
Ainda assim, não me afastei dela, mantendo nossas mãos muito próximas de seu rosto. Então, sua voz pareceu passar por um caminho tortuoso antes de ela me olhar novamente com seu olhar demasiadamente triste e cansado. Então, ela sussurrou:
— Gustave, não faça isso comigo.
— Isso o quê? Você não acha que merece uma resposta em relação ao que eu te fiz, Bells? — eu a respondi, vendo que ela sedia as minhas investidas, podendo tocar-lhe com delicadeza seu rosto naquela vez. — Eu não fui a pessoa mais honesta do mundo e não sou a pessoa mais verdadeira, também, mas pode ter certeza que tudo o que fiz até agora foi, unicamente, para te proteger.
— Proteger? — ela disse, sua voz falseando, mas ela quase rosnou quando continuou a falar: — Eu não preciso ser protegida de nada; sei me virar muito bem com ou sem você, será que você não percebeu?
— Pare de falar — pronunciei, preocupado. — Você está fraca.
— Não queira falar de mim como se eu fosse uma pessoa que não tem estabilidade para me manter em pé. Eu estou suficientemente bem para continuar aqui e dar uma palestra de horas, se você quer tanto saber, Gustave. Será que pelo tempo que me conhece, não percebeu que nada é capaz de me parar, nem mesmo um mal-estar.
— Isso não é um mal-estar — eu a respondi, vendo-a fraquear mais ainda. — Você pode até mentir para mim, mas não tente mentir para você: é um erro, Bella! Será que você não percebeu ainda? Pare de recusar um tratamento que lhe ajude! Cuide de si, vá em frente e tente se curar! Você ainda pode fazer isso! Não é por mim, é por você; é pela sua família e seus amigos.
— Eu não faria isso. Não enquanto não te encontrasse, Eddie.
Ela sabia? Rosalie havia-a contado! Provavelmente era por isso que a minha Bells estava tão ruim. Ela não merecia nada disso, mas a Schlampe da Rosalie havia-a contado. Isso me martirizou; me deixou mal: eu não queria que ela conhecesse as minhas mentiras da pior maneira possível, mas acabou conhecendo, pela boca de terceiros.
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TRADUÇÃO (Livre):
Schlampe: do alemão, é uma ofensa, algo bem próximo daquilo que chamamos de “rampeira”, ou seja, vadia, vagabunda.
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Então ela tentou fazer em meu rosto a mesma ação que eu produzia em sua face, mas ela, ao invés disso, tombou para frente, em meu peito, fechando os olhos forçosamente com a queda.


O desespero me tomou e prontamente eu a peguei em meus braços. Sabia que era errado, que deveria contar com a ajuda dos paramédicos, mas levei-a o mais rápido que pude para o carro com o qual cheguei em Oxford, abrindo caminho entre os estudantes estudiosos, enquanto os xingava mentalmente em alemão. Então, mais além, vi Athenodora sair do seu carro, e ir em direção ao carro de Caius, logo ao lado, para abrir-me a porta para que eu pudesse adentrar o carro junto com uma Bella desacordada.

Minha prima tentou pronunciar, nervosa:
— O que…
— Sem perguntas, Athenodora. Vamos leva-la ao hospital mais próximo daqui.
Suas sobrancelhas arquearam-se em um meio-arco quase perfeito; as dúvidas estavam ali, mas ela via a minha necessidade em sair dali o quanto antes e deu-me os ombros, voltando ao seu carro para seguir-nos até o hospital mais próximo e que fosse capaz de atender a minha Isabella do jeito que ela precisava naquele momento.
Àquela altura, a cabeça de Isabella estava sobre meu colo, e orientei o motorista a nos levar ao primeiro hospital que me passou pela cabeça – o Churchill Hospital –, pelo qual passamos a caminho de Oxford e que eu sabia estar afiliado a Universidade, além de ter uma boa estrutura para atender a minha Bella. Sem pensar duas vezes, eu tinha certeza de que ela recorreria aquele lugar caso ela tivesse alguma crise. Além do mais, aquilo era o mínimo que eu poderia oferece-la naquele momento, mas não cessaria meus trabalhos na busca do melhor médico e do melhor plano de saúde apenas para salvá-la.
Quando chegávamos aquele lugar, o meu desespero aparentou ser mais mortífero. O motorista acelerava o carro ao máximo, com o risco de trazer uma multa para Caius; a respiração de Bella ficava cada vez mais fraca; e o celular dela começava a tocar estridentemente, escondido em um bolso de seu blazer. Não pensei em atende-lo quando peguei o mesmo em mãos – o mesmo modelo antigo que eu a havia dado há certo tempo atrás – por ser Rosalie, mas eu sabia que ela, em breve, ligaria a sua amiga para saber em que canto da Universidade a mesma estaria, já que em minutos a minha Bella precisaria estar em uma mesa redonda, debatendo sobre sua teoria.
Atendi, mas nada falei; Rosalie bravejou:
— BELLS! ONDE VOCÊ ESTÁ!? ESTÃO TODOS TE PROCURANDO!
— Ela está comigo, Rosalie.
— EDWARD, O QUE VOCÊ FEZ COM ELA?
— Eu não irei gritar, mas eu não fiz nada com ela — disse, extremamente polido. — Se não fosse por mim, ela não estaria sendo levada ao Churchill agora. Além do mais, como você diz que é a melhor amiga dela e deixa-a caminhar por aí sozinha? Você não deveria sair do lado dela!
— O que aconteceu com a Bells? — Rosalie perguntou, preocupada.
— Agora, para você, é Bells, não é mesmo? Mas no que se trata em insistir em relação ao tratamento dela, para vocês, ela é um nada! O que custa o esforço, Rosalie? Isso não é por mim, mas por ela!
— Você não entende — ela bravejou. — Você não esteve lá para observá-la!
— Isso não importa. Estamos chegando ao Churchill.
Desliguei a ligação. Rosalie era uma mestre em dar desculpas, mas no que dizia respeito a saúde de Isabella, eu duvidava que alguém não se permitiria aceitar. Era perceptível que sua doença estava avançando, principalmente com a ajuda da metástase, o que deixava tudo ainda mais avassalador. Mas ela não ficaria nessa situação, se bem dependesse de mim.
Quando retirei seu corpo do carro, os atendentes do Pronto Socorro, tão logo, vieram ao nosso encontro com uma maca, sobre a qual a coloquei, sentindo seu corpo ficando cada vez mais mole. A atendente, uma jovem morena que vestia o uniforme daquele hospital, perguntou-me sobre o acontecido ou se eu podia dar início a descrição do quadro da paciente:
— Câncer. Astrocitoma com início de quadro de Metástase.
Assim como Athenodora, ela ergueu suas sobrancelhas, mas logo começou a guiar a maca junto ao seu colega, que trazia consigo, àquela altura, uma máquina de oxigênio. Meus pés diziam-me que eu deveria segui-los, mas as ações deles, cada vez mais rápidas, diziam-me para ficar.
A enfermeira com quem eu havia falado gritou alto:
— Ala neurológica. Rápido.
Então, o nervosismo tomou conta de mim, de vez. Aquilo era uma injustiça com a minha Isabella, mas eu precisava tomar aquilo como uma lição; uma espécie de castigo por eu ser malvado com ela, por tê-la deixado só em Toronto sem dar-lhe explicações. E eu estava certo de que eu precisava tomar aquilo como lição. Mas dessa vez não haveria ninguém, nem Demetri agonizando em uma maca hospitalar em Liechtenstein – como estava a minha Isabella agora – que me tirasse dali.
— Eddie — eu ouvi Athenodora me chamar, apertando meus ombros com suas mãos firmes. — Venha comigo. Não há nada que você possa fazer agora que vá poder auxiliar a sua Isabella. Tudo o que podemos fazer agora é sentar, esperar e manter o controle; apenas isso.
Eu sabia que minha prima estava certa, mas nada, naquele momento ou no próximo, me faria reduzir o pensamento de inferioridade. Eu era um monstro; o pior dos monstros existentes na face da Terra. Mas Athenodora estava certa – nada do que eu fizesse naquele momento poderia ajudar; então me deixei guiar para a sala de esperas enquanto ela abria a ficha de minha Isabella, quando a enfermeira retornou com a pequena bolsa preta de minha amada, que eu sequer percebera que estivera junto a ela, trazendo os documentos da mesma.
Não sabia como, mas algo me fez reconhecer que ali a minha amada seria bem recepcionada, se bem aquilo não me fosse o suficiente. O melhor médico neurologista para mim era pouco naquele momento: eu não só queria o melhor neurocirurgião do mundo como também a melhor equipe médica.
Era tudo ou nada.
Era a saúde da minha Isabella em risco e eu não arriscaria perde-la novamente.
— Athenodora — eu disse, quando ela se voltou para mim. — Providencie o melhor neurocirurgião e a melhor equipe médica para a Bells. E eu não me importo, realmente, se eles estiverem de férias ou se estiverem aposentados: por ela, eu faço qualquer coisa.
— Já era de se esperar que me dissesse isso, Eddie — ela disse-me, sorrindo. — Já providenciei isso tudo também. Não se preocupe.
Eu sorri em resposta, ficando aliviado. Assim, deixei-me aliviar o pescoço sob as mãos; os cotovelos apoiados sobre meus joelhos, enquanto eu estava sentado em uma poltrona desconfortável, se bem isso pouco me preocupasse. A saúde de Bella estava em primeiro lugar, o topo de minhas prioridades, agora e sempre.

8 de ago. de 2013

Fanfic: Liebe und Hass - Prévia


Oi, pessoal! Tudo bem com vocês? Espero eu que sim! :)
Então, vim trazer-lhes uma prévia do capítulo IV e (SURPRESA!), Rosalie mudou de ideia! Siiim, ela é um pouco louca e fica tomando as rédeas das opiniões da Bella! Logo, logo, eu venho trazer o capítulo completo de L&H.

(...)
O motorista parou próximo ao portal da Universidade, uma parte que tinha mais movimento e onde eu conseguiria passar despercebido com facilidade, apesar de já não mais ter o rosto de um jovem estudante de graduação e muito mais parecer com um professor de mestrado. Entretanto, estava disposto a conhecer o lugar em que Isabella, futuramente, trabalharia, porque eu tinha certeza de que mesmo não nutrindo amizades, ela era forte o suficiente para conseguir cativar as pessoas por sua sabedoria. Resolvi esperar um pouco; os alunos da parte da manhã estavam saindo da universidade naquele momento; não seria suficientemente bom tal situação – esperar era a solução temporária.
(...)
O meu celular vibrou mais uma vez, mas indicando naquele momento que ao invés de uma mensagem, era uma ligação. Era Caius e depois de toda aquela afronta praticada por Athenodora, o mínimo que eu deveria fazer era atende-lo; talvez ele tivesse mais notícias de meu irmão.
(...)
— Crenças, e não peço desculpas por isso também, não são reais.

Pessoal, lembrando o seguinte: eu não terminei o capítulo e não tenho uma previsão certinha de quando terminarei, mas não dividirei esse capítulo em partes porque, em primeiro lugar, quero dar emoções a vocês. E outra, tem algumas coisas para acontecer, tal qual um BÔNUS de L&H sob o ponto de vista da Bella. Por isso, eu gostaria de saber a opinião de vocês sobre a Bella, porque, por enquanto vocês desconhecem a pessoa dela ao certo. Assim, é mais fácil de pensar como ela age comumente, sem influências de Rosalie ou de terceiros, ainda que vocês conseguissem entender uma coisa ou outra lá trás, no capítulo 01. Probably, eu vou demorar um pouquinho pra postar porque estou um pouco doente, mas em breve estarei aqui, again.

6 de ago. de 2013

Fanfic: O Anel de Noivado - Design Completo

Não sei se isso é normal, mas estou babando - literalmente babando - pelo Design Completo da capa de OADN *-* é maravilhoso! Primeiro que eu jamais imaginei que ao pedir um trabalho, rapidamente ele viria para mim de volta :D Fiz o pedido anteontem (?) e hoje já está em minhas "mãos" - falando entre aspas, obviously ç_ç
Diamond, do Flora Design, meus agradecimentos sinceros a você pelo seu trabalho rápido e maravilhoso. Estou amando isso tudo e como eu falei na ASK, já sei com quem solicitar meus próximos trabalhos :D~
Nem tentem copiar, ok?
Se quiserem reproduzir, primeiramente peçam para mim, pois sou dona da fic,
e não tirem os créditos das meninas e os meus, tampouco.

OFF: David Garrett

To my prince, with love <3



 Eu não preciso dizer nada depois dessas lindezas '-' Sem comentários!

David, you're the best! <3

30 de jul. de 2013

FANFIC: O Anel de Noivado — Capítulo 03 ∞ Desavenças


Senti o meu estômago revirar tão logo senti os meus cabelos revoltosos tomarem meu rosto por completo, mas a razão não era propriamente essa. A vez que o seu carro pedia uma marcha diferente, eu via James fazer o solicitado com extrema agressividade, o que me deixava um tanto desesperada. Eu ainda não havia entendido muito bem o porquê de ele ter dispensado seu motorista em pleno sábado, mas de qualquer forma, eu sabia de longe que aquela não fora uma boa ideia, afinal ele parecia ansioso demais para pisar o seu estado novamente.

Durante aquela viagem até às origens de minha família, James contou-me certas coisas que me deixaram com medo de nossa proximidade, devido a semelhança de suas histórias. Uma delas, foi o fato de sua mãe ter nascido em uma cidadela dentro do Condado de Sussex, assim como Vernon Valley o era, e tão logo mudou-se para Nova York quando foi à Universidade e por lá conheceu aquele que seria, mais tarde, o pai de seu filho. Então, no final das contas, James nascera em Nova Jérsei porque fora uma exigência de sua avó.

Mas James falando a história de sua família e o porquê de seu nascimento naquele estado não melhorava em nada o meu enjoo; só piorava a cada freada dada por aquele sujeito. Além disso, saber que nós tínhamos muito mais em comum do que um simples emprego me fazia sentir cada vez mais trêmula. Era naqueles momentos que eu deveria contar com uma amiga para me dar conselhos sobre o homem, mas eu sabia que as únicas pessoas com quem eu deveria contar um pouco – minha prima e minha irmã – estavam fazendo de tudo para que James e eu nos uníssemos, o que deixava a minha mente cada vez mais confusa e cheia de tanto tentar avalia-las. Elas, de fato, queriam unir-me a James e deixar o caminho livre para Isabella e Edward ou deixar o meu primo com o ciúme a flor da pele e fazê-lo esquecer sua futura noiva apenas para ficar comigo? Irina e Alice estavam prontas para me deixar o mais confusa possível.

O fato de ele tocar a minha coxa com a mesma mão que deveria estar segurando o volante ou a marcha e me acordar de meus devaneios me fez querer saltar daquele carro. A bile pareceu invadir a minha boca quando eu vi que estávamos a mais de cento e cinquenta quilômetros por hora.

— Desacelera a porra desse carro, James, pelo amor do santo Deus, se você acredita que ele existe! — eu protestei, quase gritando, abrindo as janelas ao meu lado, percebendo que enquanto o vento vinha da janela dele, eu estava ligeiramente melhor. — Eu estou realmente enjoada e eu tenho certeza de que você não quererá o seu belo carrinho totalmente sujo por conta de uma direção perigosa, ou quererá?

Ele desviou rapidamente o seu olhar para mim e viu que eu não estava brincando em relação a suas aventuras perigosas em meio a uma autoestrada, optando, logo em seguida, a voltar a observar a estrada em nossa frente e em diminuir a velocidade de seu carro até chegar a uma velocidade que não me deixasse irritada e enjoada o suficiente.

— Fiquei surpreso com você agora, Tanya — ele disse, voltando a observar-me. — Eu jamais imaginei que você tivesse medo de alta velocidade. Isso não parece ser o seu feitio. Ao que parece, você é extremamente corajosa, não?

Rejeitei o seu comentário e fitei a estrada a nossa frente, ficando um pouco mais feliz quando vi uma placa conhecida indicar que a poucos metros estaríamos entrando na cidade que deu origem a minha família. Fiquei extremamente feliz por isso, mas estava cheia de certeza de que não voltaria a Nova York com James ao meu lado; possivelmente, eu pediria carona a meus pais apenas para não ter que ver a cara cheia de deboche que ele fazia quando pegava o volante. Eu deveria imaginar que essa era uma reação típica dele, filhinho de papai que ele era.

— Ok — James disse, quando aproximava-nos do pequeno centro da cidade —, eu peço-lhe desculpas novamente, Tanya. Eu não conseguiria imaginar que você, sendo quem é, tivesse medo de uma direção perigosa.

— Ao menos, há um ponto positivo nisso — eu falei, tentando soar o máximo debochada possível —: chegamos em menos de uma hora em Vernon Valley, o que me deixa para lá de satisfeita, se é isso o que você quer saber.

Naquele momento, eu quis completar a minha frase falando ainda mais ironicamente que o ponto negativo de toda a história era que eu estava com ele, além de ele ter, possivelmente, pegar algumas multas, se bem eu duvidasse que ele ligasse sobre isso, já que o dinheiro e o suborno, na nossa área, jamais era um problema, ainda mais se se tratasse de uma pessoa não tão correta quanto James. Eu, certinha em excesso, jamais precisara recorrer a tanta ilegalidade para manter-me, mas conhecia pessoas que precisavam disso em suas vidas para continuar fora das cadeias; James era uma delas e eu detestava ter que saber disso.

As demais pessoas não sabiam sobre ele o mesmo tanto que eu sabia. Nem sequer desconfiavam que por trás daquele rosto belo, havia uma mente insana e sádica o suficiente para tomar decisões sem sequer desconfiar o que se passava na mente de sua parceira, que, no momento, era eu. Isso deixou-me nervosa repentinamente e aquele nervoso me deixou com a boca seca em excesso. Eu nem quis pensar nisso.

— Para onde vamos agora? — ele perguntou-me, finalmente.

— Não é você o sabichão? Cadê o seu GPS, meu amor? — falei ironicamente, cruzando os abraços a frente de meu corpo como se fosse a coisa mais simples do mundo.

— A dona da cidade é você, então é o mínimo que você deveria saber.

— Eu posso chegar lá facilmente, inclusive caminhando.

— Vá, então.

Eu não me poupei. Soltei-me de meu cinto e abri a porta rapidamente, quando fui barrada pelos braços fortes de James, que fecharam o veículo novamente. Nisso, eu percebi que sua intenção era, inteiramente, a de me irritar, quando eu estava buscando levar tudo ao mais extremo possível.

— Não acredito que, de fato, você será extremista, Tanya.

— Se você não facilita nada, James, sim, eu serei — falei, quase sibilando, se isso fosse totalmente possível.

— Eu não facilito nada? — perguntou-me, com um tom de estranheza, mas logo percebi que era teatro de sua parte. — Você não facilita nada, Tanya! Primeiro quer ser exigente, depois acha que é a dona da casa e agora acha que é a dona do meu carro! Vê se eu posso com uma coisa dessas! Deve ser por isso que até hoje não tem ninguém! Porque é uma desgraçada mandona. Os homens devem fugir de você por ser quem é, primeiramente, e a posteriori, por acharem o quão mandona você é!

Daquela vez, eu fui obrigada a me desvencilhar de seu braço e abrir a porta, sem me importar se as minhas coisas estavam ou não em seu porta-malas. Dei de ombros e comecei a caminhar, dando graças a Deus por estar com tênis extremamente confortáveis enquanto andava por aquela estradinha de asfalto quente que guiava a qualquer uma das diversas fazendas existentes naquela região. Para a minha sorte, a fazenda de minha família não era a mais afastada dali, então comecei a caminhar o mais rápido que eu podia, para me ver o mais longe possível de James, pois eu tinha certeza de que ele me seguiria, já que ele não perderia a oportunidade de atrapalhar o restante do meu já tão belo dia. Por isso, eu xinguei mentalmente a minha prima por sugerir uma coisa tão obscena da minha parte e eu, simplesmente, não ter me afastado de sua opinião. Essa era uma coisa ridícula.

Mas não consegui me manter longe de James por tempo o suficiente, por mais que tentasse e quisesse. Ao longe, eu ouvi seu BMW subir a estrada asfaltada, parando o carro quase a minha frente, na tentativa de barrar-me e evitar que eu continuasse a andar em direção a fazenda de minha família. Então, como se não simplesmente bastasse dar-me mais algumas sessões de frustrações gratuitas, ele saiu de seu carro e fechou a sua porta com extrema rapidez. Eu, simplesmente, ignorei suas ações, desvencilhei-me de seu carro e tornei a caminhar, por plena rebeldia adolescente, mesmo que já estivesse com mais de trinta anos. Eu só sabia que queria me ver longe de James o quanto antes.

— Tanya… — ele chamou.

Ignorei-o e continuei a andar com mais rapidez que anteriormente, sentindo, dessa vez, o suor rolar por minha face, mas não quis dar-lhe o bel-prazer de me ver naquele estado.

Não demorou muito, ele me alcançou, atingindo o meu braço com extrema fúria e me deixando com raiva de sua pessoa. Gostaria, apenas, que ele me deixasse em paz com meus pensamentos e me deixasse relaxar, mas eu não conseguiria, ainda mais no que se tratava de uma pessoa tão insistente quanto James, que me tomara de uma forma tão agressiva quanto aquela.

— Tanya… — ele disse, entredentes.

— Me deixe em paz — eu tentei protestar, igualmente entre dentes.

— Volte para o carro — ele falou, ignorando-me por completo.

Eu tentei puxar o meu braço, por causa do seu aperto, mas em resposta ele apertou ainda aquela região, deixando-a prontamente dolorida. Isso me deixou com os sentimentos feridos por deixar um homem tomar o domínio sobre mim, quando fora ensinada por meu pai que isso jamais deveria acontecer, ao que minha mãe estendera que tal situação não deveria acontecer nem dentro nem fora dos tribunais; acho que naquele momento, a situação só se tornava cabível ao meu local de trabalho, já que eu não conseguia tomar muito bem o controle de minha vida pessoal.

— Você está me machucando, James — eu falei, travando a minha mandíbula e, assim, eu gritei ao léu, sabendo que dificilmente alguém me ouviria no meio do nada: — E você não manda em mim.

— Só estou falando para você retornar ao carro, Tanya — ele falou, igualmente entredentes.

— Eu já lhe disse que você não manda em mim, James Gigandet — eu repeti e dessa vez, tentando algum auxílio do meu braço livre, tentei empurrá-lo para que o sangue pudesse circular em meu membro que era apertado, mas sem sucesso da minha parte, ele também tomou essa parte de meu corpo, apertando tão habilidosamente quanto fazia com meu outro braço, e isso me fez gritar: — SOLTE-ME!

— Tanya, por favor, não me faça me frustrar com você!

— SOLTE-ME! — eu gritei ainda mais alto, a plenos pulmões, sentindo a minha garganta arranhar e fazendo-me tossir em seguida.

— Qual é o problema em você tentar ouvir a minha opinião sobre o que é melhor a você? Esse lugar não é seguro para você, Tanya! Talvez, quando e se você chegasse a parte alta desse ambiente, você estivesse mais segura, mas aqui não parece ser um lugar seguro o suficiente para se confiar.

— O que? — eu tentei rir, mas o que saiu no lugar daquilo foi, simplesmente, a tosse novamente. — Nesse meio de mato, o que será que pode acontecer? Alguém surgir e tentar me estuprar? — eu falei ironicamente, relembrando, automaticamente, através da besteira falada, um fato que deveria ter sido esquecido no passado mais remoto de minha vida.

A partir daquele momento, caçoei de sua cara porque conseguir dar uma risada alta, mas a raiva tomou-o e, assim, ele acabou agarrando os cabelos de minha nuca, beijando-me arduamente logo em seguida. De nada adiantou eu tentar me afastar dele com brutalidade, pois sabia, de longe, que ele era mais forte que eu. Protestar fora dos Tribunais, no que era tocante a James, significava que eu era ridícula e que sairia perdendo em uma guerra em que o mais forte – e não o mais inteligente – sairia ganhando; e eu, por ser a menor parte, sairia dolorida por conta do seu modo quase selvagem de me segurar, como se ele fosse um domador e eu, o seu animal de dominação, que logo seria exposta a uma plateia, que, no caso, poderia ser encarada a minha família. Eu sabia o quão péssimo isso era, mas eu sabia que cada segundo de nossas vidas que se passava era capaz de nos deixar cada vez mais atados um ao outro; isso era péssimo.

Fiquei surpresa quando ele permitiu que nos afastássemos, mas ainda mais admirada quando ele pronunciou-se, os olhos preenchidos com lágrimas que em pouquíssimos instantes seriam capazes de rolar por sua face:

— Sinceramente, eu não entendo. Por que você faz isso comigo? Como você faz tudo isso comigo e acha que tudo sempre será maravilhas? Por que me deixa tão louco, tão puto da vida comigo mesmo, como se eu fosse o único errado da história? Você também tem a sua parcela de culpa em tudo isso, Tanya! — ele passou a mão direita em seu rosto, como se tentasse esconder a sua máscara frustrada de mim, mas não conseguindo, secou suas lágrimas, tentando se contentar. — Eu gostaria de compreender melhor sobre sentimentos, mas eu nunca tive uma experiência como essa antes. Estou frustrado comigo mesmo, porque a única coisa que estou fazendo ultimamente é pensar em você e isso não é de hoje. Todos os dias, desde o primeiro momento em que te vi, eu fiquei imaginando como seria ter você perto de mim, como seria tocar-te ou beijar-te, mas agora que eu sei como é essa sensação, eu não quero e não vou mais esquecer. Você, nem de perto, é como as outras que estiveram comigo.

Senti o meu estômago doer com aquela confissão e, ao mesmo tempo, tive a breve impressão de que meu coração saiu de seu lugar habitual e foi parar bem perto de minha boca. Não era como se ele estivesse mentindo, porque eu conhecia um mentiroso, ainda mais quando este era um homem. E de alguma forma, sabia que se eu era uma péssima mentirosa, James era, ao menos, três vezes pior que eu. Era até um pouco frustrante encontrar nexo naquela história, mas eu sabia que ali havia sentido suficiente; talvez James sentisse apenas alguma atração forte demais por mim, mas apenas não conseguira identificar isso; talvez o que ele sentia por mim fosse tão forte que se assemelhava ao que eu sentia por Edward e se assim fosse, eu estava, literalmente, perdida e precisaria de certo tempo para processar essa situação.

Ao que parecia, ao menos, James não parecia ser capaz de brincar com sentimentos. No que se tratava disso, ele parecia ser um tipo de sujeito que deixava tudo sempre as claras, o que não foi o que aconteceu naquele momento.

De alguma forma, eu precisava contornar aquela situação. E mesmo não querendo, eu fui, ao meu máximo, fria:

— Entre no carro. Precisamos estar na fazenda em breve.

Seus olhos piscaram com força quando eu disse tais palavras e, naquele momento, vi uma lágrima correr-lhe o rosto com tanta rapidez que nem mesmo ele foi capaz de escondê-la. Eu não entendia muito bem o porquê, mas por alguns instantes eu desconfiei que não conhecia James Gigandet o suficiente, ao menos não tão suficientemente quanto achei que conhecia. Não conseguia imaginar porquê, mas eu também, até então, desconhecia a sua veia sentimental, mas, de qualquer forma, agora que conhecia aquele lado de sua personalidade, eu não conseguiria me desvencilhar daquilo tão facilmente, com ou sem ajuda de Alice ou Irina, que me colocaram naquela situação. E algo dizia-me que se só se dependesse dele era que eu conseguiria escapar daquela situação.

Daquela forma, adentramos o carro novamente, e seguimos até a fazenda de minha família, onde sabia que boa parte dela já estava presente.

Aquilo deixou-me, de certa forma, ansiosa, mas de uma outra forma, nem tanto. Estava ansiosa para saber o que seria daquele jantar de noivado, que começaria em breve, e para saber, de fato, se Isabella Swan demonstraria quem era de fato. Eu poderia muito bem apostar com alguém que, naquela noite, a sua máscara de boa namorada estaria pronta para cair, se eu tivesse alguém para fazer tal duelo, afinal algo me dizia que ela não era exatamente isso que demonstrava aos Cullen.

De qualquer modo, eu não conseguiria me prender aquilo por muito tempo. Saber que James sentia algo por mim, mesmo que nós dois não soubéssemos exatamente o que era, me deixava um pouco exasperada e ansiosa ao mesmo tempo. Era muito provável que por causa disso, eu sequer desse atenção àquele jantar, que não deveria receber muito de minha atenção de qualquer forma, com ou sem James envolvido na história. Mas ele me deixou preocupada por ele seguir o restante da viagem totalmente calado, recebendo apenas as minhas instruções de como deveríamos chegar até a casa principal. E eu me senti mau por assim termos seguido até o lugar em que nos esperavam; repentinamente, eu também me senti mal. Talvez, ele simplesmente estivesse digerindo tudo, assim como eu deveria estar, mas não fazia.

Saltei do carro apenas para empurrar um enorme e manual portão de ferro, o único que continuava precisando de ajuda para se deslocar, enquanto os demais três eram completamente automáticos, recebendo a ajuda sutil de um controle pequeníssimo, e esperei que James aproximasse o carro antes de voltar a fechar aquilo quando percebi que havia mais dois carros que seguiam aceleradamente atrás de nós: uma Mercedes quase por totalidade preta – apenas por alguns detalhes em tom prata no para-choque –, inclusive no se dizia à película escuríssima, e um Grand Cherokee Turbo, da Jeep. Ambos eram carros que eu conhecia bem e sabia suas marcas ao longe, já que conhecia seus donos e devia a eles o fato de eu conhecer um mínimo que fosse sobre carros.

James falou, assim que passou o grande portão, para mim, com a sua janela ligeiramente baixa:

— Quem são esses? — perguntou, em tom de confusão.

— Meus tios e padrinhos, Carlisle e Esme Cullen, e logo atrás estão meu primo, Emmett, com a sua esposa, Rosalie.

Imaginei, por um momento, que saber disso não adicionaria nada a vida dele. Na verdade, saber apenas quem eram os donos daqueles carros, de fato, não mudaria nada em sua vida, exceto o fato de eles serem um bom admirador de veículos, já que também o era. Então, James seguiu um pouco mais a frente, deixando seu carro no acostamento, para que os outros carros fossem capazes de seguir com habilidade por aquela estrada de asfalto que eu sabia, muito em breve, se tornar uma estrada cheia de paralelepípedos, mantendo o mesmo ambiente existente na época em que meu avô ainda era vivo. Minha avó desejava manter daquele jeito e eu tinha certeza que suas filhas assim deixariam por um longo tempo, mesmo após a sua morte, por adorarem aquele estilo, único em Vernon Valley, principalmente quando as estradas que levavam as demais fazendas já começavam, em sua primeira porteira, a ser de terra batida.

“Há pontos positivos em relação os paralelepípedos”, eu ouvia constantemente minha mãe dizer. “Em relação ao aquecimento, por exemplo, nós não precisamos nos preocupar, pois eles esquentam bem menos que o asfalto, caso um dia desejemos coloca-los em Mount Vernon. Além disso, o pavimento da Capela Sistina e da Praça Vermelha são feitas todas em paralelepípedos.”

Péssima comparação a da minha mãe, eu cria. E péssimo também era o nome dado aquela propriedade pelo meu avô. Ele, por fã de George Washington, colocou aquele nome ao ambiente apenas para fazer uma referência direta ao ex-presidente e sua propriedade na Virginia, assim que adquiriu aquele lugar e se casou com minha avó. Não por menos, com o tempo, vovô aceitou que aquele nome se casava perfeitamente com o nome daquela cidadela e, assim, não trocou mais, já que o nome daquele lugar foi aceito rapidamente por suas filhas quando elas estavam crescidas.

Adentrei o carro apenas quando tornei a fechar aquela porteira, já vendo os carros há quase quinhentos metros à frente, raciocinando o quanto eu estava errada se optasse a ir a pé até aquele lugar. Ficaria um bom tempo em o sol escaldante de meio-dia, mas se dependesse totalmente de meu orgulho, eu seria capaz de enfrenta-lo com honra, sem me importar nenhum pouco.

Levamos mais cinco minutos de carro, apenas, para chegar até a casa principal, e eu tinha certeza que após aquela viagem cheia de conflitos, James queria tornar a acelerar o carro para chegar mais rapidamente a algum lugar para descansar um mínimo que fosse. Não por menos, eu também estava cansada e queria chegar o quanto antes em algum lugar para lavar, ao menos, o meu rosto. De qualquer forma, achava que ele estava disposto a me compreender o meu medo de velocidade.

Tudo parecia perfeitamente igual ao que eu tinha visto da última vez que estivera ali para visitar a minha avó, a menos de um mês atrás, exceto pelas decorações com flores e tecidos brancos, tomando já a parte da frente da casa. Meu estômago pareceu fechar-se com o nojo que eu senti daquilo, mas eu tentei ao meu máximo esquecer sobre o assunto e abri a porta do carro antes mesmo que James, já no lado de fora do carro, pudesse fazê-lo.

Foi assim que eu o percebi, quieto no seu canto, com os seus olhos azuis me fuzilando da mesma forma de sempre, o que sempre me deixara frustrada por não saber se ele estava apenas esperando por mim ou se ele queria expressar por mim algum tipo de desejo escondido. Esse era o poder presente em seus olhos fascinantes. Edward sempre me deixara confusa, senão de cabelos para o ar, quando resolvia deixá-los revoltos para irritar-me. Deveria ser, até, uma coisa completamente infantil achar que ele queria alguma coisa comigo, mas eu não conseguia imaginar outra situação senão ele querer nos aproximar e me deixar cada vez mais confusa.

Tão logo eu fechei a porta, quase sem força, segui para a parte do porta-malas, onde James já esperava-me, pois viu que eu não aceitara a sua gentileza em abrir a porta. Então, Edward chamou-me ligeiramente, tão baixo que eu tinha certeza que James não fora capaz de entender.

Quis ignorar novamente o meu primo, mas eu tinha a certeza de que ele não se deixaria passar batido: como imaginado, ele ergueu-se da poltrona que era constantemente ocupada por nossa avó e começou a seguir em minha direção, saindo da proteção do sol com os braços cruzados a frente de seu corpo, rejeitando a imagem solidária que trazia sempre consigo. Eu não era uma pessoa munida contra Edward Cullen. Meu corpo reagia de uma forma quase impossível a ele, mas não seria dessa forma daquela vez.

Antes que ele pudesse se aproximar suficientemente, coloquei minha mochila em minhas costas e peguei a alça da mochila de rodinhas fortemente com a minha mão direita, ao que James pegava a sua única mala com a mão esquerda, para fechar o porta-malas com a sua mão livre.

De qualquer forma, rejeitei qualquer peso em minhas costas e assim que vi James totalmente livre, o peguei de surpresa. Nossos lábios colaram-se um no outro rapidamente, ao que ele logo correspondeu, abrindo os meus lábios com os seus para invadir a minha boca com a sua língua. O hálito de menta estava ali tal qual estivera anteriormente e o seu desejo me deixou ainda mais desperta, pronta para reagir as suas ações.

— TANYA! — ouvi Edward gritar ao longe, mas sua voz ficada cada vez mais perto a medida que ele falava o meu nome, o que me fez, prontamente, me afastar de James. — AFASTE-SE JÁ DESSE SUJEITO! ALIÁS, O QUE ELE ESTÁ FAZENDO AQUI!?

— QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA FALAR COM A TANYA DESSA FORMA? — James gritou a mesma medida, fazendo-me, prontamente, colocar-me entre eles. — ELA NÃO É NENHUM BRINQUEDO SEU PARA VOCÊ TENTAR MANIPULÁ-LA!

— QUEM SOU EU? — Edward gritou novamente, no mesmo tom em que começaram aquela discussão. — FALE PARA ELE QUEM SOU EU, TANYA! VAMOS, FALE! OU VOCÊ ESTÁ COM MEDO DELE E QUER QUE EU FALE QUEM SOU EU?

A medida que eles se aproximavam, eu acabei sendo obrigada a largar a minha mala de mão no chão para tentar aumentar o espaço entre eles com os braços abertos.

— Você! Você é meu primo e não meu dono, Edward. Então, você não tem que decidir nada por mim, pois sou maior de idade, se você já se esqueceu disso.

— O QUE, TANYA?! — Edward gritou quase perto dos meus ouvidos.

— Mano, eu não acredito que ela disse isso — eu ouvi Emmett, irmão de Edward e Alice, falar para alguém que estava fora da minha visão enquanto eu ainda continuava tentando me por entre os dois, sem mais forças para continuar com os braços estendidos.

A cada segundo que se passava, meu coração parecia bater mais e mais rápido devido à proximidade dos dois, que pareciam raivosos ao ponto de quererem se matar a minha frente.

— POR QUE VOCÊS DOIS ESTÃO JUNTOS!? — Edward perguntou, seu rosto ficando vermelho pelo nervosismo que estava sentindo.

— Isso não é da sua alçada, Edward — respondi-o.

— POR QUE VOCÊS ESTÃO JUNTOS, TANYA!? — ele tornou a repetir, cada vez mais alto, o que me deixava preocupada, pois eu nunca vira Edward daquela forma.

— Eu já disse que isso não é importante para você, Edward — eu tentei falar, mas minha voz saiu abafada, pois a cada instante eu o sentia mais próximo de mim, olhando-me do alto, já que ele era mais que cinco centímetros mais alto que eu. — E faça o favor de se controlar, pois eu não estou gritando com você.

— NÃO ESTOU GRITANDO!

— Ah, não?! Porque ao que me parece, você não está gritando… ESTÁ BERRANDO! Pare já com isso agora, Edward! O que eu faço ou deixo de fazer, há um bom tempo, não é da sua alçada, mas já que você está querendo tanto saber: sim, James e eu estamos saindo, e sim, nós já dormimos juntos, e sim novamente, eu estou pouco me importando para o que você ou qualquer outro pensa em relação a isso. A vida é minha e eu faço dela o que eu bem entender, porque simplesmente, se isso acabar mal, quem vai sofrer será eu e tenho certeza de que ninguém se rebaixará para dar-me conselhos, nem mesmo você, de tão cego que está por causa da sua noivinha. Eu me afastei dos Cullen, mas principalmente de você, porque ela foi a causadora de tudo isso, se é que você não é capaz de perceber isso, Edward! — eu suspirei alto antes de pegar as mala que caíra no chão e quando tornei a me erguer, eu continuei, tentando poupar a minha voz ao máximo: — Então, a única coisa que espero de você, por um momento que seja, é que trate James bem se você ainda se importa um mínimo que seja comigo.

Eu ia começar a caminhar em direção a grande portaria da casa, onde estavam Alice e Jasper, Emmett e Rosalie, Carlisle e Esme e, por fim, meus pais, ao lado de Kate e Irina. A vergonha tomou a minha face, mas logo eu senti o meu rosto não queimar apenas por causa dessa sensação, mas também pela raiva que preenchia o meu corpo. Aquilo foi totalmente capaz de tirar-me o equilíbrio, mas o som ensurdecedor do baque de um dos corpos atrás de mim sobre o porta-malas foi ainda mais desestabilizador e o urro de dor me fez virar-me no mesmo instante.

Sangue lavava o rosto de James, pois seu nariz fora deslocado de meu lugar real quando sua face tocou com força o porta-malas fechado. Isso tirou-me do sério e fez-me observar Edward com os olhos em chama.

Realmente, eu tentei buscar em minha mente o motivo de meu primo ter feito aquilo com James, mas isso só me deixou um pouco tonta. Eu não conseguia entender o motivo de Edward ficar tão desequilibrado em relação ao meu novo relacionamento e eu. De qualquer forma, aquilo não deveria ser da alçada dele da mesma forma que ele dissera certa vez que não era da minha alçada ficar intrometendo-me em seu relacionamento com Isabella. Eu não sabia muito bem o porquê, mas repentinamente achava que aquela mulher não era merecedora de tanta atenção assim e merecia a minha rejeição. Mas ver Edward desequilibrado daquela maneira me deixou confusa.

— O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA? — eu gritei para Edward. — QUE PORCARIA, EDWARD! PARE DE SER INFANTIL E AJA COMO UMA PESSOA ADULTA! EU SEQUER SEI O MOTIVO DE TANTA… IDIOTICE!

Eu o vi engolir seco antes de dar as costas para mim e rumar para dentro do casarão, dando de ombros para aqueles que barravam o seu caminho, nossos familiares.

— Vamos limpar isso, James — eu disse, pegando a camisa branca que estava amarrada em minha cintura e dobrando-a para que servisse de apoio para estancar o sangue em seu rosto e ali, rapidamente, ele colocou, encharcando prontamente o pano com seu sangue.

— Deixe-me ver seu rosto — eu ouvi a voz polida de meu padrinho logo atrás de mim, ao que James logo afastou o pano que eu o quase obrigara a colocar ali. — Sorte sua não ter quebrado o nariz, rapaz. Vamos dar um jeito nisso. Venha comigo.

Fiz menção em segui-los, mas fui barrada pelas mãos de minha madrinha, que estava logo atrás de mim e que segurou firmemente meus ombros, impedindo-me de andar.

— Guarde suas coisas em seu quarto enquanto Carlisle dá um jeito no ferimento de James, minha querida, então tome banho e desça para se juntar a nós no almoço, se você estiver com vontade, depois dessa… situação embaraçosa.

Esme tinha sua mania de amenizar as coisas, por tão amorosa que era, mas naquele momento eu tinha certeza de que ela sabia a dimensão daquela situação e não estava nenhum pouco agradada sobre aquilo, ainda mais no que condizia ao comportamento inexplicável de seu filho há tão pouquíssimo tempo.

— Tudo bem, então.

Dei de ombros, apertei a minha mala em mãos e segui pelo hall sem dar nenhum sinal de amizade para meus expectadores, e subi as escadarias sem me importar se o peso em minhas costas era grande ou não. Segui para o meu quarto, o último do corredor e abri a porta, sentindo o meu corpo dizendo-me que deveria parar de ser idiota, pois minhas costas não suportavam tanto peso, quando notei que não era apenas eu naquele ambiente.

Edward estava sentado em minha poltrona favorita, que eu ganhara para colocar em meu apartamento em Nova York, mas achei que ficaria muito melhor em meu quarto em Mount Valley. A posição de meu primo não agradou-me em nada, pois ao que aparentava, ele estava suficientemente aflito, sendo que seus cotovelos estavam apoiados sobre suas coxas e sua cabeça estava entre suas mãos, que apertavam com braveza os fios do seu cabelo. Entretanto, ele logo desfez a sua posição quando notou que eu estava dentro do quarto, após fechar a porta, e veio em minha direção; entretanto, fiz questão de fazer uma barreira sonora entre nós:

— Eu não quero falar com você, Edward. Então, faça-me o favor de nem tentar se aproximar de mim porque eu não vou aceitar as suas desculpas, pois elas sempre aparecem quando você faz algum tipo de burrada e se eu aceitar suas desculpas, você jamais aprenderá.

— Tanya, eu não vim pedir-lhe desculpas, porque eu me lembro muito bem o que aconteceu da última vez que eu as pedi. Como você fez questão de resumir, eu não vou aprender se você me desculpar. De qualquer forma, eu não vim lhe pedir desculpas, mesmo porque acho que não sou digno delas.

— Então o que você veio fazer aqui? — perguntei entredentes, ainda sentindo raiva dele pelo que fez com James.

— Vim lhe falar que você conseguiu exatamente o que queria de mim…

— Eu não queria nada de você, exceto que você me desse o mínimo de atenção que me dava antes, como você sempre fez, mas parou de fazê-lo por causa dessa sua namoradinha idiota. Sempre soube a índole dela, mas você jamais quis ouvir-me. Conheço essa sujeita há tempos.

— Se eu não te conhecesse, se você não fosse o livro aberto que é, eu poderia até acreditar nisso, mas eu sempre percebi os seus sentimentos por mim, Tanya. Tentei até fugir do que eu sentia por você e fiz de tudo para que Alice compactuasse com isso, o que, pelo visto, ela conseguiu, mas agora eu não consigo mais.

— Ficou louco? — perguntei, entredentes. — Do que você está falando?

— Estou falando que você conseguiu exatamente o que queria, Tanya! Que eu confessasse meus sentimentos a você e que confessasse que eu fico com ciúmes todas as vezes que te vejo com um cara diferente, seja ele apenas uma amizade ou um caso que tem. Sim, eu estou morto de ciúmes.

— O quê? Como é que é? Eu acho que eu não estou te entendendo muito bem… Que insanidade é essa, Edward?

— É isso mesmo que você está achando: eu te amo e estou morto de ciúmes de você em relação a James. Não quero que você fique com ele e estou, inclusive, disposto a terminar esse namoro sem pé nem cabeça que estou tendo com Isabella. Eu não me vejo com ela por muito tempo.

Eu suspirei fortemente e falei alto, apontando para a porta:

— Saia já do meu quarto, Edward! Quem você pensa que eu sou? Co-como você é idiota! Acha que pode brincar com os meus sentimentos e achar que depois terá uma recompensa!? Pois se for dessa forma, você está seriamente enganado.

Por um momento, eu imaginei que ele, de fato, faria exatamente o que eu estava mandando-lhe fazer, mas meus pensamentos em relação a Edward estavam completamente errados. Ele, de fato, seguiu até a porta de meu quarto, mas ao invés de sair daquele cômodo, girou a chave da porta e, em seguida, tirou-a dali.

— Edward, pare já com isso… — alertei-o. — Se você não parar, eu gritarei. Estou falando sério: eu estou com medo de você.

Suas mãos tomaram os meus ombros de um modo poderoso, massageando toda a sua extensão, como se aquela fosse uma tentativa bem sucedida de tentar me acalmar e eu estava ficando com raiva de mim mesma por ser sempre tão vulnerável a ele. Era terrível o fato de ele brigar com James, mas mais terrível era o fato de ele, facilmente, conseguir contornar tal situação de uma maneira tão simples.

— Eu não consigo suportar a ideia de você ter dormido com outro homem, Tanya. Fico apavorado só de pensar nessa situação, principalmente por saber que você sempre esteve destinado a mim e eu sempre rejeitei essa ideia.

— Pare com isso, por favor, Edward.

Eu senti, em minha voz, a suplica para que ele fizesse exatamente aquilo que eu não lhe pedia. Minha voz suplicava para ele continuar, enquanto eu me sentia uma pequena parte do meu corpo queria expulsá-lo de perto de mim. Era impossível resistir a ele.

Seus lábios tomaram o meu pescoço e meus ombros, após deslizar delicadamente a camiseta regata que eu usava naquele momento.

— Eu quero você, Tanya, e eu preciso de você.

— Edward, pare com isso, por favor — eu disse, segurando as minhas lágrimas. — Você irá tomar uma mulher como noiva em algumas horas e com isso eu não vou conseguir lutar. Eu conheço você bem o suficiente para saber que você não desistirá desse noivado e sei tão bem disso que você me quererá, se ainda quiser depois disso tudo, como a outra. Não suporto uma coisa dessas. Além do mais, nós não podemos ter nada ainda, não sem eu falar para James que o que tivemos acabou hoje e, também, se você não terminar com Isabella; se fizemos algo antes disso, estaremos agindo erroneamente e, infelizmente, eu sei que você não terá coragem o suficiente para terminar com sua namorada.

Com aquela minha prece, ele soltou-me. Eu sabia o quão certo ele era, então fazer o que eu fizera significava o mesmo que deixa-lo com consciência pesada. Ele não aceitaria jamais dormir com alguém se ele estivesse em um relacionamento; isso não significava que ele não era homem o suficiente para ficar com uma mulher mesmo estando compromissado – isso era algo típico de nossa família, honesta em excesso para deixar-se guiar por uma situação como essa.

— Eu vou conversar com Isabella ainda hoje e nós não noivaremos. Eu estou cansado de tentar soar certinho demais e rejeitar aquilo que realmente me faz bem, e você, Tanya, é uma das coisas que me fazem bem. Isabella nunca adicionou nada em minha vida. É, é isso que eu vou fazer, de fato.

Assim, ele me fez girar os cento e oitenta graus para vê-lo. Meus olhos marejados deixavam a minha visão embaçada, mas ainda assim eu conseguia vê-lo sorrindo para mim. Então, ele secou as lágrimas que começavam a rolar de meus olhos e depositou um beijo cálido em meus lábios, o que fez meu coração bater tão fortemente que eu poderia dizer que, não metaforicamente, ele saia pela minha boca.

Podia até ser uma mentira de Edward, mas se assim fosse, ele mentia muito bem.

— Eu te espero lá embaixo para o almoço — ele falou, tão logo nos separamos.

Então, ele seguiu em direção a porta novamente, girando a chave ali e saiu após abri-la, fechando-a em seguida. Naquele mesmo momento, eu fiz questão de trancar aquela abertura ou eu seria incomodada novamente em poucos minutos.

Foi então que desatei a chorar, pensando no inferno em que me meti. Eu deveria ser má religiosa que Deus resolvera me presentear com a confusão em minha mente. E algo me dizia que tal situação não passaria tão rapidamente quanto eu desejava que passasse. Era complicado demais, ao menos para uma mente já tão confusa quanto a minha. E não haveria almoço que desceria bem para o meu estômago depois daquilo tudo.
 
 
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